Uma viagem rápida pelo Vale de Loire, Bretanha e Normandia
Visitar a Bretanha e a Normandia faz parte do roteiro de quem curte o lado místico da França, com menos agito e mais histórias, principalmente por ter sido lugar estratégico na Segunda Guerra Mundial. Fui lá no fim de 2007 quando voltava do Japão, e os cinco dias que envolveu também uma passagem pelo Vale de Loire foram suficientes para me marcarem de forma inesquecível.
Dia 1 – Era quase meia noite quando chegamos a Paris. Com o carro já reservado deixamos o aeroporto e pernoitamos no Etap, atualmente um Ibis Budget. Pela manhã, em pouco mais de 40 minutos de estrada, passamos por uma ponte interessante com três arcos em Muides-sur-Loire e eis que surge o lindo Château de Chambord saindo da suave neblina sobre o gramado verde.
Entramos no imenso e vazio salão todo pintado de branco, subimos pela famosa escadaria e exploramos os aposentos. Depois, visitamos o pavilhão de caça.
Almoçamos no Restaurant Du Parc e rumamos para Blois, a 17,4 Km dali. Foi no Château de Blois que o Arcebispo de Reims abençoou Joana d’Arc que partia para lutar contra os ingleses em Orléans. Na fachada há uma estátua de Luis XII a cavalo.
De Blois, descemos pela direita do rio Loire até Chaumont Sur Loire, onde cruzamos a ponte e continuamos pela margem esquerda. Nesse trajeto vemos curiosas tabernas escavadas em pedra à beira da estrada.
Passamos a noite em Tours.
Dia 2 – Logo depois de Azay Sur Cher vimos uma placa: Visites, cave-musée, dégustation; era uma pequena propriedade particular, o Château de Nitray.
Continuando o passeio, chegamos ao Château de Chenonceau, o castelo mais lindo do Vale de Loire. Amei a arquitetura em arcos sobre o rio, a charmosa cozinha, os jardins, o salão de festa... Tudo!
Almoçamos no Hostel Du Roy do vilarejo de Chenonceaux, e depois de um breve descanso percorremos os 157 Km até Angers. Quando avistei o Château d’Angers, fiquei boquiaberta com o que parecia ser uma fortaleza de gigantes, com altíssimo muro e torres cilíndricas. Dentro do castelo vimos as valiosíssimas "Tapisseries de l'Apocalypse" do séc. XIV, e a Chapelle Ste. Geneviève, onde elas foram mantidas escondidas por centenas de anos.
Demos uma volta pela cidade de Angers. É daí o famoso licor Cointreau e a fábrica da Scania; a revista Caras tinha um castelo a 25 km dali.
Ainda não eram 19 h e decidimos percorrer os 128 km até Rennes, onde pernoitamos.
Dia 3 – Depois de andar pelas ruas de Rennes apreciando as antigas casas de madeira, ao meio-dia pegamos a N137 rumo ao norte do bracinho esquerdo da França, entramos na BRETANHA e chegamos a Saint Malo. Subimos a muralha para apreciar o porto (as gaivotas se aproximavam de nós e uma delas fez titica no ar que caiu justo no meu braço, rss).
Não há o que se ver na cidade intramuros a não ser lojas de souvenirs. Almoçamos e seguimos para Le Mont Saint Michel, a meia hora dali. A entrada da abadia é tão bonita que ficou conhecida como ‘la merveille’. Há uma longa escadaria que leva ao topo, onde a vista da baía é espetacular.
Ficamos hospedados em um hotel próximo da baía, e à noite muitos turistas se dirigiram à faixa que liga ao monte para fotografá-lo com suas luzes.
Dia 4 – Pela manhã pegamos a estrada beira-mar e chegamos à NORMANDIA, a região das grandes batalhas entre a Alemanha e os Estados Unidos. Em vários povoados havia símbolos em prol da paz.
Achei interessante um pequeno museu particular, o D-Day-Le-Choc, com roupas, armas, documentos de soldados, peças de artilharia e até um canhão, tudo recolhido nos escombros da guerra.
Ali perto, em Colleville-Sur-Mer, fomos ao famoso Cemitério dos Americanos, mortos na Segunda Guerra Mundial para libertar a Europa dos nazistas, no fatídico Dia D. Externamente, há uma enorme placa em homenagem aos heróis mortos. Passando pelo detector de metais da entrada, chega-se a um enorme salão com bandeiras dos países aliados em uma parede, e na outra um enorme painel mostrando o deslocamento das forças americanas. No pátio ao fundo tem a estátua de um jovem se elevando ao céu, que simboliza o combatente morto em batalha. E à frente, o famoso gramado verde com as cruzes brancas dispostas em colunas e a estrela de Davi. Fiquei muito emocionada com essa visita.
Já passava das 14 h e precisávamos comer; a região é cheia de estradinhas irregulares, e graças ao GPS chegamos ao Port-en-Bessin-Huppain, onde almoçamos.
A cinco quilômetros dali, perto de Le Mesnil, há velhos bunkers alemães construídos para evitar o desembarque dos inimigos. O campo é cheio deles, distantes uns cem metros um do outro e parcialmente ocultos em depressões escavadas.
Fizemos uma pequena pausa em Arromanches-les-Bains, que foi escolhida pelos aliados para receber um dos dois portos artificiais utilizados para desembarque de tropas e equipamentos; ainda se vê vestígio de um desses portos próximo à areia.
Como o dia ainda estava claro, deu para fazer mais um passeio: o Memorial de Caen – Um Museu para a Paz, a 30 km dali. Logo à entrada do enorme salão, vê-se um avião inglês em tamanho natural suspenso no ar, e em várias salas estão expostas maquetes de navios de combate, fotos e outras relíquias.
Pernoitamos em Caen.
Dia 5 – Era quase meio dia quando decidimos retornar a Paris, a 242 km. Fizemos um pequeno desvio até Versailles só para tomar um chope em frente ao castelo que já conhecíamos, pois ainda era cedo para o nosso embarque de volta ao Brasil. Isto é, como a viagem inteira, aproveitamos até o último segundo!
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COMENTÁRIOS:
David Andrade comentou 8 anos atrás
Sensacional, Rute!! Tudo muito bem explicado, e detalhado! Muito obrigado :)
RUTECN comentou 8 anos atrás
Que bom que gostou, David!
PH Loureiro comentou 8 anos atrás
Viciado nos seus relatos!! Parabéns e muito obrigado!!
RUTECN comentou 8 anos atrás
Fico lisonjeada; é um prazer saber que curtiu.
Carlos Marini comentou 8 anos atrás
Rute parabéns!!! Adorei!!
RUTECN comentou 8 anos atrás
Obrigada, Carlos!
Nina Ferreira comentou 8 anos atrás
Incrível Rute....adorei! muito =))
RUTECN comentou 8 anos atrás
Uau! Obrigada! Foi tudo muito rápido, como viu, mas muito proveitoso.