Nessas férias nosso destino foi o Nordeste do país. Região que ainda não conhecíamos. E já dessa vez saí ia de férias com objetivos um pouco diferentes dos normais.

Sempre que viajava, queria conhecer lugar X ou Y. Mas dessa vez, além de conhecer alguns lugares queria muito conhecer determinadas pessoas.

E parece que tudo caminhava para isso, conhecer PESSOAS.

Nossa primeira experiência já foi em nossa primeira hospedagem. Geralmente acampamos, vamos para pousadas ou locamos casas. Mas nunca havíamos ficado em um quarto numa casa com o proprietário. Em Aracajú locamos um quarto num apto e pudemos conviver alguns dias com a dona. O que foi muito bacana, pois pudemos conhecer um pouco mais do lugar com o olhar de um morador local, além de trocar boas experiências, pois a proprietária já havia conhecido diversos países.

Em Sergipe fomos ao parque dos falcões.  Logicamente, queria ver de perto as aves que são ali cuidadas.  Mas queria muito conhecer o Percílio, responsável pela criação e manutenção do parque, além de ser uma pessoa com um dom especial para tratar as aves. 

Ao chegar ao parque minha expectativa era que ele fizesse o tour conosco.  Mas não o vi.  Ao fim do tour avistei-o, numa foto com as aves tive a oportunidade de apertar sua mão e o parabenizar pelo seu trabalho.  Para mim foi importante demais, emocionante! Simplesmente um aperto de mão. Para nossa surpresa, com mais um pequeno grupo que demonstrou interesse pelo trabalho, tivemos a imensa honra de passar mais alguns momentos junto ao Percílio que nos apresentou e ensinou muitas coisas.  Um homem simples e com um dom incrível com as aves.  Aprendeu com a convivência e observação das aves como tratá-las, entendê-las... E hoje ensina biólogos como funciona o mundo das aves de rapina.

Depois já no sertão alagoano, conheci o Rio São Francisco, que tanto queria. Mas estava ansiosa para conhecer o Sr. José Francisco, que possui sua propriedade na parte de cima dos Cânions do Rio São Francisco e faz trilhas no local (Mirante do Talhado). Uma trilha de aproximadamente 3km por um local belíssimo.  Sr. José Francisco, com 78 anos, mas que não nos conduz penas pela trilha, muito pelo contrário, explica sobre cada uma das arvores que encontramos, a importância de cada uma, para que servem as ervas, nos fala do bioma local, entre tantas outras coisas.

Pudemos almoçar no sitio do Sr José, conversando com sua família, conhecendo um pouco mais sobre sua história de vida e sobre a realidade da comunidade local. O Sr. José já realizou diversos outros trabalhos por onde passou e continua com projetos bastante interessantes, junto aos moradores locais.

Ainda nessa região, por indicação do Sr. Jose Francisco, conhecemos a Claudia, pessoa muito gente boa, que mora em Olho d´agua do Casado.

A Claudia trabalhou como cozinheira nos bastidores da novela Velho Chico e tem uma história de vida bastante especial. Os diretores da novela, comovidos com sua história indicaram para que sua casa fosse reformada pelo programa do Luciano Huck.

Tomamos café da manhã na casa de Claudia, e pudemos ouvir sua dura história de vida e apreender muito com ela.

No passeio a Foz do Rio São Francisco, fomos guiadas pelo Robério, que não apenas faz o trabalho em sua agencia, mas se preocupa com a economia de sua cidade e da região, juntamente com outras pessoas que trabalham com o turismo e tentam desenvolver e divulgar as belezas do Rio São Francisco.

Com ele trabalha o guia Max, que pelo tempo que passamos com ele percebemos ser apaixonado pelo que faz e pelo Rio São Francisco.

Em Maragogi, conhecemos Sávio Jesus. Proprietário do camping onde ficamos. Amante da natureza, leva uma vida simples cuidando do camping que é seu paraíso e lutando pela natureza ao seu redor.

Enfim.... Até o fim da viagem, conhecemos outras pessoas, que nem imaginávamos. Encontradas aleatoriamente pelo caminho, como um senhor que havia trabalhado no processo de retirada dos animais da região, quando da construção da hidrelétrica do Xingo, onde a região foi inundada e os animais precisavam ser retiradas. Conversar com ele nos deu uma visão de como era o local antes da Usina.  O caseiro do camping na Praia do Frances, homem simples e batalhador, a Sandrine, francesa que já percorreu toda a Europa a pé e agora estava percorrendo o Brasil de moto...entre outros.

Mas isso aconteceu pois estávamos abertos a essa experiência.  Se quiséssemos apenas conhecer os lugares, tirar fotos e ignorar as pessoas…não teríamos aprendido tanto, não teria sido tão enriquecedor.

- - - -

Se você curtiu esse texto, ficaria extremamente feliz se pudesse dar um nele aí embaixo ou compartilhar com seus amigos!