Carioca, filha, esposa, escritora, viajante pelo simples prazer de ser. Mochileira nata.

Nem sempre viajo com mochila, confesso! A comodidade das rodinhas muitas vezes ganha do peso da mochila.

Ainda assim, amo colocar a mochila nas costas e simplesmente sair, sem rumo, sem destino e colecionar aventuras. Algumas boas, outras nem tanto...

Um trem no interior da França sem falar francês, uma cidadela no interior do Rio de Janeiro com foco romântico, coisas que me seduzem.

Não gosto de pacotes. Não gosto de me sentir engessada, presa a um grupo e um guia que me obrigam a seguir para onde nem sempre meus pés e olhos querem me levar.

Gosto da pesquisa, de passar noites em claro viajando antes da viagem, comprar passagens, bilhetes, passes, fazer reservas e andar livremente, sem ter que seguir um guia louco que é pago para correr contra o tempo.

Lógico que gosto é algo próprio, talvez esse não seja o seu.

Já me rendi, raras vezes, aos pacotes. Aprendi que para não gostar é preciso experimentar, por isso experimentei e após pular várias das atrações propostas e seguir meu rumo por conta própria, posso afirmar que não, não gostei.

Além de mochileira nata, viajar sozinha é minha outra paixão.

Viajar sozinha é se permitir, se conhecer. Ter medo, mas seguir em frente, ter saudades, mas continuar mesmo assim.

Chorar de emoção sozinha é chorar por completo, sem ter vergonha do outro.

Sorrir sozinha me leva sempre a descobrir que no fundo não estou tão sozinha assim, afinal o turista ao lado, mesmo sem entender meu idioma, sempre ri também... De mim, para mim?

Nada se iguala ao prazer de estar sozinha descobrindo novos horizontes, estejam eles há meia hora ou meio mundo de distância!

Gosto de ter companhia, não sou uma alma solitária, boas companhias transformaram muitas viagens em momentos inesquecíveis, mas sou absurdamente apaixonada por descobrir o mundo. Sozinha.

 Mesmo acompanhada, sempre dou um jeito de fugir. Sempre arrumo um pretexto para uns momentos meus. Somente meus!

O fato de ser filha única ajuda, aprendi a ser sozinha desde sempre e a minha companhia sempre foi a minha melhor escolha. Tenho muitos amigos espalhados pelo mundo, devo isso também ao fato de, ao estar sozinha, me permitir sorrir para um desconhecido, sorrir para o mundo.

E quando falo em mundo, falo também do meu mundo interior, aquele que apenas se apresenta quando me vejo em minha melhor companhia.

E do alto de meu metro e meio, me sinto gigante! Viajante!

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