Do Rock ao Axé: Viagens e sua incrível capacidade de quebrar preconceitos
Nunca fui do tipo de pessoa que espera ansiosamente pelo carnaval (Carnaval? Quê?? eu sou do Rock!).
A famosa e típica festa Brasileira sempre foi sinônimo de férias para mim. Eu via as pessoas pela tv correndo a noite inteira atrás de trio elétrico, fantasiadas e pensava " Acho que não é para mim", mas de alguma forma o carnaval na Bahia me despertava certa curiosidade. Ele parecia diferente de todos os outros...uma festa á parte.
Bom, vamos pensar: não gosto de carnaval, mas gosto de praia...tá equilibrado, vamos lá!
Embarquei rumo á Bahia dias antes do carnaval de 2014.
Depois de uma longa viagem de Londrina até São paulo e de São Paulo para Salvador, o avião começou a preparar para o pouso no meio da tarde de sábado. Acordei subitamente como se meu inconsciente já soubesse onde estávamos, e ainda um pouco sonolenta olhei pela janela e me deparei com uma paisagem que parecia um quadro pintada á mão!
- Cheguei!
E assim que as palavras se formularam em minha cabeça, logo em seguida os olhos se encheram de lágrimas.
Desci o mais depressa que pude e fui correndo pegar minhas malas para poder pegar minha carona me trocar e aproveitar ao máximo aquela tarde de sol.
- Hei, ir para casa e me trocar? Nem pensar!
Corri para o banheiro do aeroporto, coloquei o bíquini por baixo da roupa e segui direto para a praia.
A primeira parada foi Itapuã, logo em seguida fui me "batizar" e comer o verdadeiro acarajé...claro! (os que comi em Londrina eram todos "fakes"). Nos dias seguintes, fui passando por diversas outras praias: barra do Jacuípe, Arembepe, Guarajuba, Praia do Forte...cada uma com seu encanto particular e todas com um ponto em comum: uma beleza sem igual! A sensação era de se estar dentro de um quadro, verdadeira obra de arte pintada á mão por Deus além de transmitirem uma sensação de paz não se explica.
Nunca me senti tão leve. Parecia que estava em outra dimensão, universo paralelo, em Nárnia!!!
- "Nárnia, isso!! Entrei em um guarda-roupas e saí aqui...só pode!"
E quando eu pensei que voltaria para casa levitando, passei meus últimos dias NO CARNAVAL!!
A cidade já parecia outra. Gente para todos os lados, música, risadas...cara, que doidera!!!!! Quase saí do corpo.
A empolgação tomou conta de mim de uma tal forma que já estava quase virando Baiana. Foi então que começaram a chegar os trios elétricos: sai um vem outro, logo ali aparecem mais
- "Olha ali na esquina, está chegando mais um"
E de repente, lá estava eu: uma roqueira de carteirinha correndo e cantando atrás dos trios (como se fizesse isso á anos). mas a energia era tão contagiante, tão intensa, que era como se eu não tivesse vontade própria mais. Simplesmente me deixei levar...e foi sensacional!
Na hora de ir embora, a cena não poderia ser outra: encostei na janela do avião e duas lágrimas meio tímidas rolaram. Era um misto de sentimentos, meu coração estava apertado por deixar aquele lugar e ao mesmo tempo feliz e transbordando toda aquela energia surreal.
Eu? Eu continuo apaixonada pelo bom e velho Rock n’ Roll, mas a Bahia me conquistou de tal forma que hoje é impossível ouvir Raiz de Todo bem, cantada pelo cantor Saulo (música que estava tocando em todos os lugares por onde eu passava) e não estampar um enorme sorriso no rosto. Porque afinal, viajar é isso: é se envolver com uma cultura totalmente diferente da sua, vivenciar, aprender, e se desprender de qualquer preconceito simplesmente para se entregar ás novas experiências.
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COMENTÁRIOS:
Rhode Tatiane Ramos comentou 7 anos atrás
te entendo perfeitamente. em todas as viagens tem alguma coisa que contagia, que marca, que muda alguma coisa dentro da gente. é sensacional.