A arte de rua invadiu Camden Town; Veja guia cultural completo de Londres
Muitos consideram Londres como a capital mundial da cultura. Tem seus motivos: são mais de 200 museus e 800 galerias de arte espalhados por pouco mais de 1.500 quilômetros quadrados.
Mas nada me encanta tanto quanto a arte urbana londrina, que vem pipocando em muros e áreas externas nos últimos anos. E é no bairro de Camden Town, o reduto da cantora Amy Winehouse, que a arte de rua está mais viva.
É só descer na Mornington Crescent Underground Station e colocar os pés na Camden High Street para ver grafites, pinturas e esculturas por todos os cantos: nos pontos de ônibus, no alto dos prédios, nas paredes das casas, nos muros abandonados. Até o brasileiro Kobra deixou sua marca, com seu colorido geométrico: na fachada da casa noturna Round House, ele pintou cenas de manutenção de locomotivas, antiga função do espaço.
O passeio pode ser por conta própria, mas são os tours guiados que mostram lugares escondidos ou que passam despercebidos. O Camden Street Art Tours mostra, em duas horas de caminhada, mais de cem exemplos de arte de rua e grafite, com guias que contam sobre os artistas de cada peça. A empresa também executa passeios personalizados e flexíveis, de acordo com o interesse do turista.
Mas há outros espalhados pela cidade, como o Street Art Tour of Shoreditch, em um dos bairros mais grafitados da capital.
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O curioso é que a street art em Londres não se resume às ruas. As galerias de arte começam a “adotá-la” como proposta, caso da Graffik Gallery. Além do próprio time de artistas e de exposições sobre a arte urbana, lá também tem workshops, onde o visitante coloca a mão na massa, o que é uma experiência incrível. Na minha opinião, é muito bom ver o fortalecimento da arte de rua, por abrir espaço para novos formatos de expressão.
Museus
Os números dos museus de Londres são impressionantes. Apenas o trio Victoria & Albert, Natural History Museum e Science Museum atraíram, juntos, mais de 11 milhões de visitantes em 2015.
O Natural History Museum é quase obrigatório, não importa o seu roteiro. São 70 milhões de espécies no acervo, de microorganismos a esqueletos de dinossauros. O personagem de destaque é Charles Darwin, cientista que criou a teoria da evolução e da seleção natural. Lá você encontra animais coletados pelo cientista e pode ver um raro exemplar da primeira edição de “A Origem das Espécies”, obra que consolidou as descobertas darwinianas.
O acervo guarda ainda um fóssil de 147 milhões de anos do Archaeopteryx, a ave mais primitiva do mundo, considerado o item mais valioso da coleção. O esqueleto da extinta ave dodô também está entre os “trending topics” do museu, que conta ainda com exposições temporárias sempre renovadas.
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Além disso, o British Museum é outra parada clássica e indispensável. O Great Court, como é chamado o hall de entrada, é a maior praça pública coberta da Europa. O mármore branco das paredes e o telhado de vidro e aço deixam o ambiente reluzente, mesmo com as tradicionais tardes cinzentas de Londres.
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Você pode perguntar: “Mas e daí?”. Contudo, é só andar pelo acervo de 8 milhões de peças, vindas de todos os cantos do mundo, para perceber que naquelas salas estão depositados praticamente todos os anos da história da humanidade. Você encontrará, por exemplo, a pedra de Rosetta, que foi crucial para decifrar os hieróglifos egípcios e entender melhor a civilização antiga. Também poderá admirar os mármores de Elgin, esculturas retiradas do Partenon, o templo grego destinado à deusa Atena. No museu, encontra-se até mesmo o relevo desenhado do palácio de Ninive, que é um símbolo da civilização da Mesopotâmia, berço do homem moderno.
Seria uma ofensa falar de arte e cultura em Londres e não mencionar o Tate Modern, um dos mais importantes museus de arte moderna e contemporânea do mundo. Às margens do rio Tâmisa, instalado no espaço reformulado de uma antiga usina, é a terceira atração mais visitada da cidade, com 5 milhões de visitantes anuais e 800 obras expostas.
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E, ao que tudo indica, o museu vai ficar ainda maior. Em junho desse ano, o Tate inaugurou um novo espaço, praticamente dobrando de tamanho --agora são quase 50 mil m². E uma nova proposta: metade do acervo é dedicado somente a obras de mulheres!
Ah! Para quem gosta de história, recomendo um lugar imperdível: o museu do premiê britânico Winston Churchill, considerado um dos maiores políticos da história. Sua habilidade de alianças permitiu a resistência inglesa frente ao avanço nazista na Segunda Guerra Mundial. E toda essa história está contada no Churchill War Rooms, museu que conta com o bunker de guerra usado pelos britânicos, com mapas, estratégias, radares, cartas, fotografias, além de um vasto acervo sobre vida e obra de Winston Churchill.
Lado B dos Museus
Longe dos figurões, a cidade reserva espaço para lugares como o The Geffrye: Museum of the Home, por exemplo. Isso mesmo, um museu de casa. Nele, dá para conhecer a reprodução de como seria um quarto de um adolescente inglês, a partir da junção de elementos de 26 quartos diferentes. O violão pendurado na parede e o pôster de uma das bandas de rock inglesas estão presentes.
Outro tem nome enorme: The Viktor Wynd Museum of Curiosities, Fine Art and Natural History. É, talvez, o maior representante de um passeio alternativo. Suas exposições e eventos são extremamente peculiares (para não dizer estranhas). No acervo, você encontrará desde esqueletos de animais até cocô de celebridades, como Amy Winehouse. Sim, cocô em potinho. Para quem gosta de coisas diferentes, tá aí uma opção.
Galerias
Agora voltando para o tradicional, a National Portrait Gallery, ou Galeria Nacional de Retratos, é dona da maior coleção de retratos do mundo. Em seu DNA, busca promover o reconhecimento de pessoas, vivas ou mortas, que prestaram importante contribuição para a história e a cultura britânica. Nas paredes, você encontrará nomes importantes das artes, da literatura, dos esportes, da família real, da ciência, da música e todo o tipo de gente --o de David Bowie, morto neste ano, mais parece uma pintura dadaísta.
Mas ela faz parte do time do pelotão de elite das galerias. Há inúmeras outras menos conhecidas do público, ideais para sair do lugar comum ou para uma segunda visita à cidade.
Por exemplo, a The Photographers Gallery está em um prédio com o melhor da arquitetura contemporânea. O local reúne ensaios de fotógrafos do mundo inteiro. Impossível não se emocionar com a mostra de Sarker Protick, por exemplo, atualmente em exposição, com imagens que retratam os efeitos da perda de um ente querido.
E você conhece um lugar cultural imperdível de Londres? Conta pra gente!
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COMENTÁRIOS:
RUTECN comentou 8 anos atrás
Nossa, Marcos! Depois que li sobre os encantos da Inglaterra, o seu texto só confirma: estou perdendo muito em não conhecer ainda Londres e vizinhança. Parabéns!
Marcos Arata comentou 8 anos atrás
Obrigado Rute! Particularmente acho Londres uma cidade imperdível. Muita história, museus, parques, restaurantes, pubs. Vale a pena conhecer!
Dani Endler Sobieszczanski comentou 8 anos atrás
Cada vez que eu leio sobre Londres, dá vontade de passar mais dias por lá. A princípio já vou reservar 1/3 da viagem (10 dias) pra Londres e ainda to achando pouco... Obrigada pelo post, Marcos :)
Vanessa Hikichi comentou 8 anos atrás
Curti! MUITO util :)
Caco Bernardes comentou 7 anos atrás
Muito bom!
Mauro Dowd comentou 7 anos atrás
muito bom