O sono intranqüilo de uma viajante
Essa noite quase não dormi. Fiquei revirando na cama olhando pro quarto que já já vai ser desmontado. A casa que daqui a pouco não será mais nossa e toda aquela vida que vai se transformar em uma vida itinerante. Em noites como essa tudo vem à mente: a alta do dólar, se a barraca vai aguentar a chuva e o vento, que roupas vou levar, tem que ver o seguro de viagem, e o seguro do carro, "putz mandei aquele email?", a alta do dólar....
É difícil controlar a ansiedade, até porque a gente não sabe ainda o que está por vir. A gente sabe onde a gente quer chegar mas não sabemos quanto tempo vamos levar até lá. Nem sequer sabemos se aquele será o nosso ponto final. A única certeza que a gente tem é que dia 01 de março sairemos de São Paulo com nosso coração cheio de amor, medo, saudade e vontade.
Tem dias que só vem a parte ruim, todos os problemas que a gente ainda não resolveu, e aqueles que a gente ainda não tem nem idéia de que vão aparecer. E nesses dias temos que acalmar nossa mente, porque é ela que faz a gente ter medo. E ai lembrar de porquê estamos fazendo isso. Porque acreditamos nessa maneira de viver a vida. Acreditamos que essa é a melhor maneira de viver a nossa vida, com todas as angustias e inseguranças. Mas quem não tem angustias e inseguranças? Quem não tem medo de estar fazendo tudo errado?
É que sair do conforto exige coragem. Mas acima de tudo, exige vontade. E isso a gente tem de sobra. Amor e vontade. E de repente a alta do dólar não significa nada, nem o fato de não termos o seguro ainda, e aí o que a gente lembra é que vai dar tudo certo. Que daqui a pouco a gente vai sair e quando olharmos pela janela do carro tudo vai fazer sentido.
Com amor e vontade.
S.
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