O perrengue de Roterdã


  Roterdã, Holanda  2372 visualizações

Quem nunca passou um perrengue durante uma viagem?

Eu já passei vários! Já perdi trem na madrugada em Berlim (e sem ninguém para nos ajudar), perdi voos no Brasil e no exterior (passei 3 dias no aeroporto Charles De Gaulle aguardando uma vaga para voltar – detalhe: estava brigada com meu namorado, atual marido, e tivemos que nos aguentar 24hs durante 3 dias - rs) e, nesta minha última viagem na Holanda, “me perdi” de meu marido, em nosso grande perregue que ficou conhecido como o Perrengue de Roterdã!

Antes de relatar meu drama, fechem os olhos e se imaginem indo para a Europa no inverno. Suas malas estarão mais cheias, graças ao volume de roupas de frio, certo?
Agora pensem em viajar com uma criança. Ou melhor: um bebê de 1 ano e 2 meses. Imaginou?
Carrinho, brinquedos, fraldas e mala extra?
Agora, imaginem isso tudo em uma viagem que terá 3 meses de duração? Duplicou a quantidade de malas em seu pensamento?

Era assim que estávamos:
O Thiago (meu marido) estava arrastando 2 malas grandes, com o mochilão de 80 L nas costas e com a mochila dos laptops e tablets no peito (íamos “trabalhar” em Berlim. Meu marido com a pesquisa do doutorado e eu com meu blog);
Eu fiquei com meu mochilão de 65L, a bolsa com todos os documentos e dinheiro, a bagagem e o carrinho do e com o Léo.

Nosso destino era Berlim, mas resolvemos começar a viagem com 5 dias na Holanda. 

Turistando.in (Juliana) adicionou foto de Roterdã,Holanda Foto 1A diferente e modernosa estação de trem de Roterdã. 

Chegamos em Amsterdã por volta do meio dia, pegamos o trem para Roterdã (tarefa bem complicada); em meia hora chegamos na estação central de Roterdã, compramos o Roterdã Welcome Card (que nos dá direito à transporte grátis) e fomos para o ponto dos bondes, pegar o bonde n° 24 até a estação Roterdã Blaak” (nos hospedamos em um hostel que fica nos famosos cubos e nos desaconselharam a ir de taxi).

Turistando.in (Juliana) adicionou foto de Roterdã,Holanda Foto 2
O bonde 24, sentido De Esch, em frente à estaçao central, minutos antes de partir.


Parecia tudo ok.
O ponto era ao lado da estação; o hostel que ficaríamos era em frente ao ponto de descida. Como disse.... Parecia tudo ok!

O bonde demorou para passar. 

Lá, no ponto, vimos que a última porta dos bondes era destinada aos carrinhos de bebê e por ali ficamos. 
Os bondes são precisos..... chegam na hora marcada. E as pessoas também! A plataforma foi se enchendo conforme o horário ia chegando. E muitos ficaram perto da última porta.

O bonde chegou na hora que marcava o visor, todo mundo se aglomerou para entrar, mas antes disso, tivemos que esperar duas (folgadas) saírem do bonde com seus filhotes nos carrinhos.

Elas saíram na maior tranquilidade e conversando. Pouco se importando com quem queria entrar.

A aglomeração era grande. O povo foi entrando, chegou a minha vez.
Ufa!

Coloquei o carrinho do Léo e, quando eu ia subir, a porta se fechou! O carrinho já estava todo dentro do bonde e eu entrei em pânico!
Por sorte, alguém apertou o botão e a porta reabriu.
Entrei correndo e atrás de mim outras pessoas entraram, mas a porta se fechou novamente e não se abriu! Olhei pra trás e não vi meu marido. Olhei para fora e o vi, certamente, blasfemando, p da vida!.

Alguns ainda bateram na porta (pois ele não fora o único), mas nada adiantou. O bonde se foi, o fundo se esvaziou e meu marido, com todas as malas super pesadas, ficou para trás.

Fiquei em choque.

Foi algo tão inesperado que nem nos comunicamos pela janela enquanto o bonde partia. Eu não fiz sinal que iria descer no próximo e nem ele fez sinal para que eu voltasse.

Como ele ficou ouvindo música no celular durante o voo, estava sem bateria e mesmo se tivesse, nem havíamos programado o aparelho para rooming (nos programamos para essa viagem muito em cima da hora). 

Por isso, eu desci no ponto seguinte na esperança de quem ele pegasse o próximo bonde. Não sabia o quanto ele havia prestado atenção no local que ficaríamos (sou eu a responsável pela programação e reserva de hotéis).

O bonde passaria em 17 min. Fiquei aguardando.
Pensei em atravessar a rua e pegar um bonde para retornar, mas o ponto estava vazio e estava apavorada demais para pensar em algo. Aguardei os 17 minutos e quando o bonde chegou, não o vi là dentro!
Ele não estava dentro do bonde e, por algum motivo, entrei.

Ele, com medo de entrar no bonde sem nenhum euro (estava tudo na minha bolsa, inclusive o Roterdã Card que eu havia acabado de comprar para a gente), apenas os cartões brasileiros, me aguardou voltar e, como não me viu, foi atrás de um banco sacar dinheiro!

Eu não tinha ideia do que ele havia pensado ou o que ele iria fazer.
Cheguei a imaginar que alguém pudesse ter dado alguma indicação de outro bonde ou que ele tivesse pego um taxi. Fui para o hostel com a esperança de encontra-lo por lá.
Eu já estava com o choro entalado na garganta. Quando cheguei ali e não o vi lá, cai de verdade no choro.

Turistando.in (Juliana) adicionou foto de Roterdã,Holanda Foto 3
Nos hospedamos em um hostel dentro das casas cubos, um dos pontos turísticos da cidade.

Tentei, em vão, voltar à estação Blaak para ver se ele estaria por ali, mas depois criei juízo e fui alimentar meu filho (que também chorava, mas de fome e fralda cheia) e mandar um e-mail a ele avisando onde eu estava (se ele realmente não soubesse qual hostel nos hospedaríamos, ele teria procurado um local com wifi e usado os aparelhos que estavam com ele).

Por sorte, ele havia se lembrado do nome do hostel e do local para descer, mas pagou uma mega taxa alta para poder sacar alguns eurinhos! Ele demorou muito, mas chegou!

Passado o perrengue e o nervosismo, saímos para comer!

Conclusão: Nunca mais deixaremos tudo apenas em minha bolsa! Pelo menos um pouco de dinheiro local ficará nas duas carteiras! E eu imprimirei sempre duas vias dos locais onde nos hospedaremos

;)


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