O Convento da Penha é a alma do Espírito Santo
São quase três horas da tarde de uma terça-feira de dezembro. O sol que antes se escondia tímido entre as nuvens surge com toda sua força. A missa das três horas no convento da Penha está para começar. Uma fila de carros é vista subindo o pequeno, porém íngreme, trecho de 154 metros de altura até o topo da serra.
É lá no alto que se encontra a impressionante construção, um dos maiores cartões-postais do Espírito Santo, cujo início se deu nos séculos XVI e XVII. De vários pontos de Vitória e de Vila Velha, é possível observá-lo, em uma aparente solidão que é desmentida com uma singela visita às três da tarde.
Os fiéis lotam a igreja, dando provas absolutas de como a religiosidade católica é forte no Estado. No público da missa estão presentes, em sua maioria, mães com crianças pequenas e idosos, sem dúvida os perfis menos aptos a subir lances e lances de escada. No Espírito Santo, a fé não move apenas montanha, ela move pessoas montanha acima.
Foto: Mateus Luiz de Souza
Uma aranha armadeira para no meio do caminho. Em posição de ataque, ela quer ser vista, mas não mais do que isso. É só seguir adiante com confiança e sem declarar guerra aos aracnídeos que está tudo certo.
Para o turista desavisado sobre o improvável horário da celebração, entra-se em um jogo duplo. De um lado, os cantos e orações de fiéis extasiados em uma verdadeira devoção; de outro, o deslumbramento com a paisagem que se vê do topo, daquelas de tirar o fôlego como poucos lugares no Brasil.
Foto: Mateus Luiz de Souza
A mancha urbana de Vitória e Vila Velha, com carros para lá e para cá, parecem à procura de um rumo. A Terceira Ponte, que une Vitória e Vila Velha, é quem direciona o olhar lá do alto da baía de Vitória. Parque Morro da Fonte Grande, as luxuosas ilhas do Frade e do Boi, as praias e os novos prédios, o Batalhão do Exército, o Porto e os navios, nada escapa.
Se antes o convento parecia sem amigos quando visto lá de baixo, parece que o jogo virou, não é mesmo? Na companhia do Pai, do Filho e do Espírito Santo (e dos fiéis), a igreja e o convento exercem com maestria a função para a qual foram criados séculos atrás.
Dizem que os olhos são a janela da alma. Mas das janelas do Convento da Penha um fenômeno diferente acontece: as janelas é que são olhos da alma - no caso, a alma de todo o Estado do Espírito Santo e dos capixabas.
Foto: Mateus Luiz de Souza
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COMENTÁRIOS:
Rosimara Marinho comentou 8 anos atrás
Ah o ES é mesmo muito lindo. Moro aqui e tive a oportunidade de conhecer quase todos os 78 municípios. Cada um é dono de pelo menos uma beleza. Mas a cidade de Vila Velha foi presenteada com tantos encantos. O Convento é uma construção histórica belíssima. Parabéns Mateus por retratar tão bem o nosso ES.