Desvendando Noronha
No final de novembro passado me presenteei no meu aniversário com uma viagem a Fernando de Noronha, que tem uma das paisagens mais lindas que já vi.
Fui com a irmã da minha cunhada, com a qual tenho feito várias viagens. Em junho compramos as passagens e reservamos a Pousada da Germana (50% é pago no ato da reserva e o resto no check in), e dez dias antes da viagem paguei a Taxa de Preservação Ambiental, solicitei os ingressos ao Parque Nacional Marinho (somos isentas devido à idade) e enviei uma cópia a um guia para que fizesse reserva para a trilha do Atalaia (isso é fundamental, pois vários turistas não conseguiram agendar lá porque a procura é muito grande).
Ao chegar ao aeroporto, apresenta-se a TPA; um agente local já tem a lista de todos os turistas que chegam oferecida pelas pousadas e os direcionam às vans para o traslado. Quanto à carteirinha para o Parque, pode ser tirada até as 22 horas num guichê no centro da vila dos Remédios.
O Germana é bem central, a alguns metros do ponto de ônibus e de vários restaurantes. Seus funcionários são bastante atenciosos, o café da manhã é bom, mas não tem água potável nem na recepção; a diária, em junho, foi de 588 reais. Só para comparar, em setembro fiquei na pousada Takha Takha do deserto do Atacama (lá tudo é trazido de fora, como Noronha) que oferecia água gelada e chá quente o dia todo, um farto lanche para levar aos passeios, tinha uma linda piscina, e paguei 100 dólares a diária.
Passamos o resto do primeiro dia no bar do Cachorro, um lugar agradável com bons petiscos, preço justo e uma vista lindíssima a certa distância da praia. Em Noronha, não existem barracas na areia, e como 85% da orla é de preservação ambiental, as lanchonetes dos pontos de apoio não servem bebida alcoólica, e só dispõem de poucas opções de salgados e sanduíches.
Segundo dia:
- Trilha curta do Atalaia com flutuação – é onde se vê vegetação marinha e muitos peixes coloridos. Infelizmente, nos dão muito pouco tempo para curtir a beleza local.
- Depois do Atalaia, pegamos um ônibus até o Projeto Tamar e após caminhar um pequeno trecho chegamos a esse lugar lindo, o Mirante do Boldró:
Terceiro dia:
- Porto e Mergulho na baía de Santo Antonio – também chamado de Naufrágio do Porto, vê-se vestígios, isto é, apenas uns ferros de um navio grego afundado em 1939. Na verdade, tínhamos combinado com o guia de ir até a ilha de São José, mas depois de esperá-lo por quase uma hora no porto, ele disse que o mar estava agitado e achou melhor cancelar.
- Baía dos Golfinhos – fomos de ônibus, depois do passeio acima. Os golfinhos ficam à distância, mas pudemos ver de binóculos e tirar fotos com o zoom da câmera. Dizem que pela manhã o espetáculo é mais interessante. Dali, andamos pela trilha beirando a orla e passando pelo Sancho até a Baía dos Porcos, com paisagens de tirar o fôlego.
- Pegamos um táxi até a praia da Conceição, tomamos uma cerveja na praia do Meio (15 reais uma long neck), e andamos até a praia do Cachorro.
Quarto dia:
- Passeio de barco – não lembro a empresa que nos levou, mas o barco era o Trovão dos Mares. Passamos por um grupo de golfinhos e paramos a certa distância da praia do Sancho para um mergulho.
- Mergulho com cilindro – contratamos a Águas Claras, indicada na pousada, e me foi super decepcionante. Tive problemas no ouvido e não consegui mergulhar, mas minha amiga só viu tartarugas num fundo cinza e quase sem vegetação. Depois soube que dependendo do lugar o mergulho é fantástico.
Quinto dia:
- Ilha Tour – fizemos o passeio com o Na Onda. Começamos pela praia do Leão, depois seguimos para o Sancho e caminhamos até avistar os Dois Irmãos. Almoçamos no Delícias da Ná, na Vila do Trinta, e fomos à Baía dos Tubarões, Buraco da Raquel e Museu do Tubarão. Voltamos para mais foto dos famosos morros pela Cacimba e vimos o pôr do sol no Boldró.
Sexto dia:
- Mergulho na baía do Sueste – adoramos a flutuação puxada por rebocadores, homens que nadam puxando a gente para ver a fauna local. Vimos muita tartaruga, peixes coloridos, lagostas, e pagamos menos que 1/10 do mergulho com cilindro.
- À tardezinha, visitamos o forte de Nossa Senhora dos Remédios e vimos o pôr do sol .
O programa noturno era assistir às palestras do Projeto Tamar (o pessoal tem uma ótima didática e muito humor) e... comer! Não deu pra conhecer o Zé Maria porque estava lotado, mas fomos duas noites no Cacimba, cujos pratos são deliciosos e os garçons bastante atenciosos, duas no Sabor Noronha, simplesinho, pra comer bruschettas, e uma no Ginga, bonzinho. Ah, e também jantamos no Chica da Silva e no Varandas, bastante famosos (e caro) por lá. O que mais me surpreendeu foi que, apesar de ser uma ilha, todo fruto do mar que servem vem de Recife, isto é, nada é fresquinho e saboroso como em qualquer restaurante do nosso litoral.
A orla de Noronha é de uma beleza indescritível, com suas águas tão azuis que parecem tingidas. As matas estão cheias de pequeninos lagartos, as mabuyas, que se aproximam ao simples cheiro de comida; cheguei a ver um teju, um lagarto maior que foi levado pra ilha para acabar com os ratos, mas não acabou e proliferou por lá. Nas árvores, há dezenas de aves que fazem seus ninhos e podemos vê-los alimentando os filhotes.
Se valeu a pena ir? Sim, valeu e muito! Apesar das críticas que fiz, temos que lembrar que é um lugar de preservação ambiental e, portanto, a prioridade é da natureza, e não do ser humano.
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COMENTÁRIOS:
Rosana Oliveira comentou 7 anos atrás
Rute la é sensacional.. até hj é o meu paraíso no Brasil, me bateu uma enorme saudade desse local, me desculpe a pergunta mas qto ficou tudo nessa viagem?
RUTECN comentou 7 anos atrás
Desculpe, mas não fiz os cálculos. Se a amiga que foi comigo souber eu lhe respondo posteriormente.
Rosana Oliveira comentou 7 anos atrás
Ok obrigada. ..estou querendo voltar. .mas to achando muito caro. ..
Ju Pires comentou 7 anos atrás
Dos lugares que conheci, Fernando de Noronha ainda é o meu favorito. Ler seu relato me bateu uma saudadeee!! Obrigada por compartilhar conosco, Rute ;)
Rute Noguchi comentou 7 anos atrás
Que bom, Ju! É muito lindo, mesmo! Um abraço
Sandra Lopes comentou 7 anos atrás
Rute, tem opções mais em conta de hospedagem?
RUTECN comentou 7 anos atrás
Muitas opções, Sandra. Sugiro que fique na Vila dos Remédios, que é central e de fácil acesso aos restaurantes e de ônibus às praias.