Como virei o ano na Córsega sendo que a festa era na Sardenha.
Telefonei para minha amiga belga perguntando se ela queria passar o ano novo comigo e com minha irmã na Sardenha. Ela prontamente aceitou. Estávamos em Bruxelas, alugamos um carro e partiu Itália. Tínhamos feito reserva em um hotel em Porto Cervo com direito a festa da virada. Fomos parando, aqui, ali, acolá...
Depois de alguns dias chegamos em Livorno, mas não tinha balsa por conta do tempo muito ruim. Nos disseram para ir a Genova pegar ferry para a Córsega e de lá ficaria fácil ir até Sardenha. Fizemos isso. Descemos em Bastia e voamos até o sul para Bonifácio. Chovia muito e chegamos já anoitecendo.
No dia seguinte, fomos nos informar sobre como ir para a nossa festa na Sardenha. E, então, o susto: NÃO tinha nenhum ferry, o mar estava muito agitado, tempo fechado demais...Tudo parecia tão perto e tão longe. Caramba, e agora? O desespero começou a tomar conta de nós. Um rapaz muito simpático no hotel nos disse para irmos para Propriano e de lá pegar um táxi aéreo. Vai dar certo.
Fomos voando, já fazendo planos de deixar o carro em alguma garagem e catalogando roupas que iríamos levar em apenas uma malinha, deixando as outras no porta-malas.
Putz...que nada. Ninguém quis nos levar, pois era perigoso demais. O desânimo abateu as três viajantes. Agora só pensávamos em não passar o ano novo na estrada. Fomos para Ajaccio, na França, cidade muito bonita (tudo na Córsega é lindo). Demos sorte, conseguimos um hotel bem localizado. Faltava encontrar um lugar para passar a virada.
Nada que um panfleto na recepção do hotel não resolvesse. Era uma grande festa, por cerca de 30 euros a entrada. Era um salão enorme, cheio de caviar, salmão, doces, muitas guloseimas, muita champanhe e vinho. Incrível!
Pois é, o tempo passava e éramos eu, minha amiga belga e minha irmã - além do dono da festa (o cara não tinha um dente), o sobrinho e o irmão. Cadê o povo que não chegava? Começamos a comer e beber, mas a festa continuava vazia. Poucos minutos para a virada, e nada. Éramos apenas e tão somente nós.
Virou o ano! A esta altura do campeonato eu já estava com cara de caviar, não aguentava mais comer. Sentimos que era hora de bater em retirada. Terminamos a nossa virada em um cassino na avenida da praia. Perdemos uma graninha naquelas máquinas viciadas. Amanhecemos na rua.
A Córsega é mesmo muito linda em cada pedacinho. Mas o que ficou para a história foi nossa festinha particular. Que virada, amigos!
Veja minhas histórias no "Meu Diário".
- - - -
Se você curtiu esse texto, ficaria extremamente feliz se pudesse dar um nele aí embaixo ou compartilhar com seus amigos!
COMENTÁRIOS:
Dani Moraes comentou 8 anos atrás
Melhor título hahaha