Bariloche em Setembro. Vale a pena?
Vejo algumas pessoas perguntando por ai, se em Setembro vale a pena visitar San Carlos de Bariloche. A resposta é: VALE, E MUITO! Por vários motivos, um dele é que a cidade tem menos turista e os preços não estão em alta como em Julho e Agosto. E o melhor, tem neve!
Em 2014 eu fiz uma viagem para patagônia argentina, e me surpreendi com tudo que eu encontrei na cidade no mês de setembro. Vou tentar relatar algumas situações/dicas.
Primeiro vamos falar do valor das passagens. Quando planejamos uma viagem a ansiedade toma conta e então queremos logo comprar as passagens, pois bem, as passagens eu comprei no mês de julho, para viajar em setembro, mas antes eu PESQUISEI o preço mais baixo e então consegui UM PREÇO RAZOÁVEL. As passagens de ida e volta, saíram por R$ 1.023,84 (Vitória-ES x San Carlos de Bariloche) c/ taxas.
Como o medo de não encontrar neve no mês de setembro era grande, optei por viajar na primeira semana do mês.
Uma dica: o site da "decolar.com", tem uma opção que você deixa em branco as datas, e então, poderá ver os melhores preços para os diferentes dias do mês, vale a pena conferir e tentar adaptar a data da viagem aos dias de promoção.
Outra dica é quanto ao seguro viagem: vale a pena fazer, pra qualquer viagem ao exterior, ainda mais para praticar esportes radicais (mesmo que você não seja em expert em snowboard ou ski), o risco é grande, pois a neve é escorregadia e qualquer desatenção é um acidente, portanto não deixem de fazer o seguro.
Em uma detalhada pesquisa, decidi pela “MONDIAL TRAVEL ASSISTANCE”.
Passagens compradas com mais de 90 dias de antecedência. OK!
Hotel reservado com pelo menos 60 dias.OK!
Resultado? Economia!!
Vamos lá! Chegou o tão sonhado dia...
Saímos de Vitória no Espírito Santo, no dia 02 de setembro, e no mesmo dia chegamos a Buenos Aires, onde tivemos que trocar de aeroporto. Como eu já tinha ouvido inúmeros relatos de outros viajantes, sobre os táxis em Buenos Aires, confesso que esse trajeto me preocupou bastante, ainda mais que o faríamos de madrugada.
Mas quando chegamos ao aeroporto, eu resolvi verificar os preços das inúmeras empresas de “remis” – que dizem ser mais seguros e que funcionam como táxis, mas são veículos particulares, cadastrados a uma empresa -, depois de uma rápida e escancarada - digo isso, pois, no momento de desembarque você se depara com inúmeros hermanos gritando, oferecendo câmbio e corridas de táxis e remises, e quando você “da bobeira” de perguntar o preço, e diz que vai verificar outro, eles te seguem e ficam ouvindo o preço informado nos guichês e tentam negociar com você o melhor – pesquisa, optei pela “WORLD CAR remis”, que fica dentro do aeroporto mesmo. A corrida do aeroporto de Pistarini (Ezeiza) até o Jorge Newbery ficou em $ 390,00 pesos.
Vai uma dica: pesquise em todos os guinches, vale muito a pena, a diferença é grande.
Outra dica: eu não levei Peso Argentino, viajei apenas com real, e assim que cheguei no aeroporto de Ezeiza, antes mesmo de fechar com o remis, eu efetuei um câmbio no banco La Nacion (que fica aberto 24 horas e é DENTRO DO AEROPORTO), achei mais seguro, já que é comum turistas receberem notas falsas na Argentina.
Geralmente o câmbio feito em banco não compensa, portanto, troquei só o suficiente para o remis e gastos no aeroporto.
Quando chegamos ao Aeroporto de Bariloche, pegamos outro remis para o hotel.
Alguns hotéis oferecem translado, mas nesse caso “demos mole”. Mas não ficou tão caro assim, cerca de 140 pesos e ainda conseguimos um desconto se voltássemos com ela. E assim fizemos, pegamos um cartão que garantia esse desconto!
O hotel que nós reservarmos (Hotel Tirol Bariloche), ficava próximo ao centro cívico e a Rua Mitre – onde tem o maior número de lojas, mercados e restaurantes, é praticamente perto de tudo. Além de conforto, tem uma ótima localização!
Ficamos 5 noites no hotel, pelo valor de USD$ 351,38 (sem o imposto, que gira em torno de 21%), ou seja, USD$ 70,20 + impostos, a diária, para duas pessoas. O quarto tinha aquecedor, que funcionava muito bem. Inclusive dentro do banheiro! kkkkkk
Além disso, o hotel oferecia um café da manhã tipicamente Argentino!!!
Depois do check in no hotel, saímos em busca do almoço, tínhamos algumas dicas de restaurante e então optamos pelo mais recomendado, FRIENDS!
Os fãs do local que me perdoem, mas acho que Bariloche têm restaurantes bem melhores. Talvez o que atraia os turistas brasileiros, é o fato de não pagar a taxa de “cubiertos”, no bom português “talheres”. Isso mesmo, na Argentina, você paga para utilizar os talheres dos restaurantes!
Mas cumpre ressaltar, a decoração do lugar é um tanto “diferente”, há anos eles estão no mesmo local e vale a visita, mas não para almoçar.
Não sei vocês, mas eu quando vejo algo diferente, estranho ou chamativo, fico olhando cada detalhe e não consigo mais prestar atenção em nada... e assim eu permaneci na lanchonete, "viajando" nos inúmeros objetos pendurados no teto, nas paredes e expostos nas vitrines!
Depois de viver a experiência estranha e ao mesmo tempo fascinante, no que diz respeito a decoração da lanchonete Friends, fomos ao mercado, comprar água mineral !
Fica outra dica, já que o hotel oferece água em garrafas pequenas e por um custo maior!
E também aproveitamos para fazer câmbio.
Optamos por trocamos dinheiro todos os dias, isso nos fez economizar, principalmente pela instabilidade da economia argentina. Além de evitar que sobrasse muitos Pesos ao final da viagem!
As trocas eram efetuadas na Rua Mitre, onde diversos estabelecimentos fazem câmbio. Como uma boa mineira, fiquei desconfiada no começo e só efetuava o câmbio em um único lugar, que havia sido indicado por uma amiga, mas depois conversando com o recepcionista do hotel, ele nos disse que os câmbios feitos em lojas, também eram seguros. E assim, pudemos analisar aqueles que compensavam mais.
Ao caminhar pela Rua Mitre e o Centro Civico, você se perde em inúmeras vitrines e também pelo fato do sol se por mais tarde. E quando percebemos, já estava na hora do jantar.
Optamos por um restaurante bem agradável e tipicamente argentino: “La marca Patagonica”. O restaurante é foi instalado numa antiga residencia, a entrada é uma pequena caminhada pelo jardim, que tem poucas plantas e um caminho de pedras. O charme não diminui no interior do estabelecimento, mesas pequenas e ótimo atendimento.
Preciso dizer que é maravilhosoooo o “cordero relleno” desse restaurante!!!
No dia seguinte, fizemos o Circuito Chico. Esse circuito contorna o lago Nahuel Huapi, a base do Cerro Campanário, e a Península de San Pedro e o Llao Llao.
É opcional descer e conhecer o Cerro Campanario, e assim fizemos. No dia quase não havia neve, mas o importante desse lugar não é a neve, e sim a magnífica vista, é sem dúvida o melhor ponto panorâmico da cidade.
Fechamos um pacote com hotel, mas não me recordo o valor exato, cerca de 150 pesos por pessoa + 100 pesos da subida ao Cerro.
Quando voltamos ao hotel, depois de uma passei de meio dia, nos preparamos para conhecer alguma atração noturna. Andamos pelas ruas calmas, pacíficas e seguras de Bariloche. Entramos no Cassino, um lugar estranho, com pessoas estranhas kkkkkkk
Depois seguimos para outra atração da cidade, o bar de gelo! ICE BARiloche...
Na verdade eu tinha outra impressão deste lugar, algo mais "natural". Mas não, este bar é um frigorífico, você paga pra entrar e só consegue ficar lá alguns minutos... é apenas para tirar fotos e tentar beber uma cerveja!
E já no segundo dia de viagem, fomos viver a tão sonhada experiência na neve. No dia anterior alugamos as roupas de neve, e já saímos preparadas do hotel.
Fomos de ônibus até o Cerro Catedral – é uma forma mais barata e tranquila – ao chegar na base do cerro, alugamos os equipamentos e também pagamos por cerca de 1 hora de aula de ski, que já adianto, vale a pena, as dicas realmente fazem diferença.
Segundo os frequentadores da estação, o parque não estava com tanta neve, mas pra quem não tem experiência, como eu, que apenas queria ver, sentar, brincar e comer neve...tava ótimo! kkkkkkk
Depois de viver essa experiência incrível, embarcamos para Isla Victoria e o Bosque de Arrayanes. A Excursão é feita a bordo do catamarã CAU CAU.
Novamente fechamos um pacote com o hotel e saiu bem em conta. O pacote incluía o translado até o porto e um guia. Mas ressalto, que existe uma taxa de entrada no Parque Nacional, e essa taxa é paga antes de embarcar no catamarã!
E no último dia de passeio, escolhemos fazer o máximo de coisas possíveis. Fechamos um pacote com o hotel que possibilitava visitar a Villa La Angostura e depois seguia para San Martin de Los Andes, pela famosa Ruta de Los Siete Lagos.
Já digo logo, é um passeio que vale muito a pena, a Villa La Angostura é um lugar extremamente tranqüilo. No dia e no horário que passamos por lá, andamos pelas ruas e não encontramos quase ninguém, mas a “vibe” da cidade é diferente, um lugar inesquecível.
Paramos em uma lanchonete super charmosa, em formato de chalé, toda de madeira e vidro, e que disponha de som externo. No momento que chegamos estava frio, obviamente, mas o sol estava clareando o dia.
Simplesmente foi uma combinação perfeita: frio, sol, paisagem e um delicioso chá, tudo isso ao som de Jack Johnson - I got you...
“We went walking through the hills
Tryin' to pretend that we both know
Maybe if we save up
We could build a little home
But then the hailstorm came and yelled
"You need to let go, you've got no control. No"
Fica mais um dica: se puder fazer essa rota (Bariloche - Vila La Angostura - San Martin de Los Andes "Ruta de Los Siete Lagos") de carro, faça!
É uma das estradas mais lindas que eu tive o prazer de percorrer, e bom seria se eu tivesse por conta própria. Poder parar, admirar, fotografar o que quiser, sem ouvir: "vamos, vamos chica"...kkkk
Depois dessa rápida parada, seguimos com destino a San Martin de Los Andes.
Chegamos e já fomos direto para o restaurante indicado pelo motorista que nos acompanhava. E que indicação! Sem dúvida foi a melhor comida que experimentei nessa viagem. O restaurante é o "La nueva barra", não deixe de experimentar o "ciervo com salsa hongo"...
Assim como Vila La Angostura, San Martin não nos decepcionou! É um vila maravilhosa, quase surreal...
Andando por suas ruas, em alguns momentos, tive a impressão de que as casas eram pinturas, simplesmente incrível!
E como todo sonho, uma hora, temos que acordar... neste caso, voltar pra casa!
Email: [email protected]/ Instagram: kiannevieira
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COMENTÁRIOS:
Caio Martins comentou 8 anos atrás
Uau! Que relato bacana! Adoramos! Vamos divulgar nas nossas redes sociais também! Parabéns!!:)
Adriana Magalhães comentou 8 anos atrás
Gente, eu já estive lá NOVE vezes e todas as estações do ano são lindas. eu ADORO o verão em BAriloche. Estive agora pela segunda vez no inverno e gostei demais também. Muita gente pergunta sobre a neve em Bariloche, eu acabei de escrever um e-book gratuito com vários passos para organizar uma viagem a Bariloche, e a questão do período da neve é o mais importante. Olha só, a neve garantida é em agosto. No fim de julho, muito provável que as estações de esqui abram, eu fui agora na segunda quinzena de julho e tinha neve pra todo lado. Em setembro ela já começa a rarear, mas ainda tem estações de esqui. Em outubro, estação de esqui, só no ano que vem. O ebook gratuito tá aqui. Boa sorte pra vocês! https://goo.gl/DpK3Fg
Sabrina Poinho comentou 8 anos atrás
Olá Kianne, bacana o seu relato! A escolha da data também dependerá do que a pessoa priorize na viagem. Sem dúvidas Bariloche nao oferece só neve, se caracteriza principalmente por ter uma incrível paisagem em todo o seu entorno. No meu blog sobre Bariloche escrevi uma postagem que fala sobre setembro e junho em Bariloche, que sao épocas cada vez mais buscadas pelos brasileiros para viajar por serem mais econômicas: http://www.barilocheparabrasileiros.com/2016/02/bariloche-em-junho-ou-setembro-sera.html