Viajar também é superar seus limites!!
Até então Bariloche me remetia à neve, frio, esqui. Mas foi folheando uma revista de turismo em uma livaria que me deparei com fotos inacreditáveis de Bariloche no verão.
Me animei com a possibilidade de fazer um mochilão pela Patagônia e comecei a pesquisar na internet. Ah, o santo Google e suas infinitas possibilidades! Encontrei vários sites e roteiros altamente inspiradores para a viagem.
Mas nenhuma leitura prévia tinha me preparado para a experiência que eu e alguns amigos teríamos ao fazer a trilha da Laguna de Los três, a fim de admirar o belíssimo rochedo do Fitz Roy.
O roteiro compreendia Ushuaia, El Calafate, El Chaltén, Bariloche, Mendoza e Buenos Aires. A cidade mais marcante foi El Chaltén. Ela é conhecida como a meca do trekking na Argentina. E imagina eu, uma pobre mortal sedentária, que resolveu fazer 21 km de trilhas.
No início, já senti que a aventura não seria fácil. O trecho inicial era subida, que já fez com que a respiração desta sedentária ficasse ofegante. No entanto, eu esquecia qualquer cansaço quando olhava ao redor e via aquela paisagem deslumbrante.
Andamos, andamos e andamos, mas nunca acabava. E o Fitz Roy sempre nos acompanhando. Depois de muito esforço, enfim chegamos na base.
Pensa em uma montanha com várias pedras soltas e sem apoio para as mãos. Qualquer deslize significava despencar ladeira abaixo. Para ajudar, eu morro de medo de altura. Quando achei que tinha chego, ainda escalei mais uns 100 metros. O sentimento de vitória tomou conta de todos.
A natureza, no entanto, é caprichosa. No topo do Fitz Roy o vento era intenso e nos abrigamos atrás de uma grande pedra, reverenciando aquele lugar incrível. Na hora de descer, a situação piorou. Como ventava demais e sou magra, tinha a impressão que eu ia sair voando da montanha. Acho que nunca senti tanto medo. Quando enfim acabei de descer, agradeci a Deus fervorosamente.
E então, o longo retorno até a cidade se estendeu por 5 horas. Não tinha forças para andar, o corpo todo doía e a cidade não chegava. Algumas pessoas do grupo foram na frente para passar no mercado. Eu só pensava em chegar. A sensação de que eu ia desfalecer no meio da trilha era grande.
Quando finalmente avistei a cidade, esbocei um sorriso. Ao chegar no hostel, eu sentei e as lágrimas brotaram sinceras do fundo da alma, um misto de alegria, alívio, vitória e superação.
Foram 21 km e 10 horas de caminhada. Não foi fácil, mas se eu faria tudo de novo, com certeza. O sentimento de superação é transformador.
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COMENTÁRIOS:
Dennis Carlotti comentou 8 anos atrás
Lindo relato, ótimo roteiro Martha e maravilhosas fotos.. parabéns!
Martha Sousa comentou 8 anos atrás
Obrigada Dennis.