Travel card ou cartão de crédito: conheça as diferenças entre eles na hora de viajar
Foi um duro golpe para a comunidade viajante do Brasil aquele anúncio logo após o Natal de 2013. Desde então, saques no exterior e pagamentos com cartões pré-pagos (conhecidos como travel card ou travel money) passariam a ter o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%, o mesmo valor do cartão de crédito.
Sabendo da importância do assunto, a seção “Fique Esperto” dessa semana resolveu esclarecer as principais dúvidas dos viajantes.
Primeiro, vamos entender exatamente o que aconteceu. A alta do IOF acabou com uma das grandes vantagens do cartão pré-pago em relação ao cartão de crédito, que era o IOF de 0,38%. Mas isso não quer dizer que ainda não existam pontos favoráveis em ter um travel card. O cartão pré-pago trava o câmbio na hora de carregar o valor, então o consumidor foge da flutuação cambial que pode haver no cartão de crédito.
Em outras palavras: se você carregar o travel card hoje, com dólar a R$ 4, e usá-lo dali dois meses na sua viagem, já vai ter pago os 6,38% de IOF sobre R$ 4. No cartão de crédito, a cotação será referente ao dia do pagamento da fatura, então essa oscilação é um terreno bastante inseguro -principalmente naqueles meses em que o dólar andou tendo a maior alta em 12 anos.
Por isso uma das recomendações para quem prefere usar o cartão de crédito em vez do travel card (é muito comum ver quem queira acumular milhas, por exemplo) é fazê-lo em períodos de câmbio estável, para não ter uma surpresa desagradável na hora de quitar a conta. Mas em geral ele é desaconselhado por especialistas, exatamente por essa instabilidade.
Outra vantagem do cartão pré-pago é que ele limita os gastos no exterior. A “estratégia” é simples. Quando o valor carregado é esvaziado, o consumidor não pode mais gastar, a não ser que recarregue-o. Já o cartão de crédito pode ser usado enquanto tiver limite. Por isso o controle do viajante é mais fácil.
É extremamente interessante ter a recarga do travel card na moeda corrente do país para o qual está indo visitar, principalmente se for um país de moeda forte. Ou seja, se o destino é Inglaterra, carregue em libras, e não em dólar, porque senão você vai perder de 3 a 5% de conversão cambial, tal como se fosse trocar por euros vivos em uma casa de câmbio.
Uma boa notícia é que não há tarifas para gastos com o travel money no comércio. As tarifas recaem somente para saque em caixa eletrônico (US$ 2,50 por operação, mais as taxas do uso do equipamento, que variam de rede para rede). E o travel card pode ser recarregado à distância, por internet banking. Mas lembre-se: em dias úteis e durante o horário de funcionamento do mercado de câmbio no Brasil.
E qual o melhor cartão pré-pago internacional?
Existem três bandeiras de travel card. São elas Visa (Travel Money), MasterCard (Travel Card) e American Express (Global Travel Card). Os cartões pré-pagos são emitidos em vários bancos, como Itaú, Bradesco, Safra e Banco do Brasil, e em casas de câmbio, como as da rede Confidence. Definir qual o melhor cartão pré-pago internacional é uma questão muito pessoal. Mas, em geral, o Visa Travel Money é o mais aceito em todos os estabelecimentos, o Mastercard Travel Card um pouco menos, e o American Express Travel Card menos ainda, mas nada que irá deixá-lo passando fome.
O travel money pode ser carregado em cerca de 15 moedas diferentes; as mais comuns são dólares, libras e euros, e são permitidos saques até US$ 1.000 por dia.
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