San Andres, o caribe colombiano
Esse é um daqueles roteiros fantásticos para quem quer se impressionar com paisagens maravilhosas e evitar tanto o excesso de turistas quanto os preços mais salgados do Caribe.
O destino tem se tornado mais frequente para os brasileiros diante das rotineiras promoções que vêm sendo lançadas tanto para San Andres quanto Cartagena (outro belo destino colombiano – para o qual, infelizmente, ainda não fui!). Não se assuste se achar passagens de ida e volta por mil reais – aliás, foi justamente por essa coincidência de datas e preços que eu fui parar lá sem jamais imaginar quão acertada tinha sido a escolha. Os voos costumam ter escala em Bogotá ou Cidade do Panamá, então vale pensar em uma eventual conexão de dois dias e aproveitar para conhecer mais um destino.
No mais, o povo colombiano é extremamente simpático e solícito. Na(s) vez(es) que o carrinho de golf alugado deu problema, sempre vinha algum policial ou atendente do bar mais próximo tenta ajudar ou ligar na loja. Além disso, eles já reconhecem de cara os brasileiros, que possuem boa fama por lá.
Ah, uma última dica. Logo que chegar à ilha, é indispensável comprar um daqueles sapatinhos de borracha (é possível vê-lo mais abaixo em uma das fotos); lá existem muitas áreas com pedras, então entrar descalço no mar é, no mínimo, desaconselhável. Aproveite para tentar barganhar um pouco nas lojinhas do calçadão da orla, em geral é possível conseguir uns descontos de 15% ou 20% nos souvenires, basta um bom papo!
As acomodações na cidade são das mais variadas, há tanto resorts com sistema all inclusive quanto pousadas à beira mar e guest houses. A dica é prestar atenção na localização do hotel; a ilha é bem pequena, mas ficar longe do centro significa necessidade diária de carro/ônibus para deslocamento. Coloco abaixo um mapa que guardei com o desenho da ilha.
A concentração urbana fica no norte da ilha (lado direito da foto) e mesmo lá a praia já é MUITO paradisíaca (ou seja, não precisa se deslocar para ver aquele mar-lindo-maravilhoso-e-que-me-faz-chorar-lagrimas-de-sangue-de-tanta-saudade) – portanto, sugiro ficar por lá para mais praticidade e opções de comida.
(Essa é a vista da orla urbana - mais especificamente da janela do quarto do hotel)
(Essa foto foi logo no nascer do sol do primeiro dia - o relogio biologico acordou cedo na ansiedade e ganhei essa bela vista tambem do quarto de hotel)
(Uma das boas opcões de comida na orla - Beer Station. Boa diversidade de petiscos e dezenas de drinks!)
(Entardecer na orla rende boas fotos).
(A parte urbana não permite ver o pôr-do-sol em si, mas ainda assim não dá para reclamar muito, vai..)
O número de dias na ilha fica a critério do freguês e do afã por praias. Gastei 10 dias por lá e me pareceu o tempo ideal para fazer os passeios sem pressa e curtir horas e horas de praia por dia.
Atenção! A conversão de moedas no dia a dia não é das mais simples e vale uma cola na calculadora (na época que estive por lá arredondava 1 real para 700 pesos. Nem preciso dizer o panico nas primeiras vezes que entrei nas lojas e qualquer coisa custava 12 mil pesos!) Os passeios em geral são baratos, cerca de 25 dólares por dia por pessoa em um passeio de dia todo ou por 2 passeios mais curtos no mesmo dia.
Sugiro ir em uma ou mais agências logo que chegar para olhar todos os passeios (são dezenas! Juro!) e planejar seus dias, alguns passeios nao acontecem todos os dias, outros dependem de reserva previa etc.
Massssssss.. aproveito para reviver meus bons momentos por la e deixar minhas sugestões particulares:
(i) Parasail – Simplesmente imperdível, vale até para quem costuma ter medo de altura! É super tranquilo o procedimento para ‘içar’ a pessoa no ar e ficar sobrevoando a ilha pendurado em uma “asa” amarrada em um barco (são só 15 minutinhos de voo e é dos passeios mais caros, por volta de uns 160 reais – ah! não se ofereça a ser um dos primeiros a voar, esses costumam pegar o trecho de mar mais escuro). Incrivelmente lindo, você vê todos os tons do mar, as ilhas próximas – e até arraias nadando de tão cristalina a água (vá à tarde! É o horário que dá para avista-las). Eu, que nao consigo viajar sem meu Spotify a tiracolo, dei um jeito de coloca-lo dentro da camiseta para nao molhar e aproveitei o voo ao som da minha trilha sonora particular (tenho um mini video cantando desafinadamente ’If I loose myself tonight’ - Alesso ft One Republic)
(Foco na cor do mar!)
(Os que me conhecem ha algum sabem do vicio pelas fotos com o pe. Essa certamente esta entre as prediletas..)
(ii) Mergulho, por supuesto! Com um mar desses precisa entrar na água e olhar a diversidade de peixes. Nunca tinha mergulhado (sou daqueles com certa dose de pânico e que não nada muito além da modalidade “cachorrinho”). Escolhi a Landivers (Manuel! O melhor e mais paciente instrutor do planeta!) e deu tão certo que ainda repeti a dose dias depois! Custa cerca de 200 reais, incluído o equipamento, a mini aula preparatória e o transporte. Há dezenas e dezenas de pontos de mergulho espalhados pela ilha, que variam de dificuldade e experiência dos mergulhadores; os amadores costumam ir para West View, uma região de mar mais calmo com muitos peixes e corais.
(Mergulhar com uma gopro é obrigatório!)
(Visibilidade 100%).
(Eis uma foto que eu JAMAIS imaginei que tiraria um dia).
(iii) Snorkel com arraias – Antes que perguntem, não sou especialista e não sei se a história que os locais contam é verdade, mas dizem que a espécie encontrada por lá é mais mansa e por isso é possível mergulhar sem risco (seja como for, não havia clima algum de tensão e elas simplesmente nadavam perto dos turistas sem maiores alardes). O local é raso (a água não passa da altura do peito), então basta colocar o snorkel e colocar a cabeça na água cristalina para avista-las. Ai, elas são uma graça, isso é fato! Existe ainda a famosa sessão turistada segurando uma delas no colo. O passeio ainda continua com uma visita ao Acuario (pequena ilhota assim chamada por ter enorme concentração de peixes), que fica logo ao lado da área de nado das arraias.
(Havia familias inteiras nadando calmamente ao lado dos turistas).
(Snorkel chega a ser dispensável de tâo cristalina a água)
(Snorkel com peixes em Acuario depois que as arraias já se foram)
(iv) “City tour” com carro de golf – A ilha não é lá muito grande como já comentei, afinal você consegue dar a volta em umas 3 horas usando um carrinho de golf que anda a 30km/h (para os mais afoitos, é possível alugar mini carros mais potentes). Seja como for, recomendo ir com transporte próprio para ter mais mobilidade. O passeio é imperdível e vale a pena gastar o dia inteiro! São vários restaurantes legais pelo caminho (Dona Francesca em San Luis; Punta Sur na ponta sul do mapa; Rincon de la Langosta logo no início da parte norte, depois que sai da área urbana), barzinhos de reggae, vistas de tirar o fôlego (West View no pôr-do-sol é uma atração à parte!) e locais para snorkel (você pode simplesmente parar no canto da pista mesmo, jogar a mochila nas pedras e entrar na água!).
Os pontos imperdíveis durante a volta: West View/Piscinita/Cove (o mar é calmo e há bares legais para ficar bebendo e ouvindo reggae), San Luis (praia de onda e esportes náuticos como windsurfe e surf), La Lome (não é A atração, mas você explora um pouquinho do centro da ilha onde efetivamente a população mora e ainda sobe no ponto mais alto, onde fica a Igreja Batista, que tem uma vista da ilha toda) e Rocky Cay (praia tranquila e rasa com barracas e um barco naufragado).
(A estrada já é uma atração por si só)
(Aquele dia de sorte em que a natureza colabora com a sua foto..)
(Desfiladeiro ainda próximo da area urbana ao norte da ilha)
(Reggae power!)
(Vista da "janela" do Restaurante Punta Sur no extremo sul da ilha)
(M-E-L-H-O-R por-do-sol da ilha; para aproveitar o espetaculo, procure um cantinho vazio proximo a Cove ou West View com uma cerveja e Spotify.
(Gaste pelo menos um dia em Rocky Cay curtindo o mar calmo e os quiosques com as melhores batidas de PinaColada e CocoLoco)
(Uma daquelas fotos especiais; o garotinho me viu fotografando e quis mostrar o peixe que pescou com as próprias mãos - também em Rocky Cay)
(Esse pôr-do-sol de ganhar likes e mais likes no instagram pode ser observado do norte da ilha, um pouco antes da última curva que entra na área urbana)
(v) Acuario/Cayo Haines e Johnny Cay – são ilhotas próximas que valem o passeio. Acuario (como já disse no passeios das arraias, permite olhar dezenas de peixes sem muito esforço). Johnny é outra ilhota que de um lado tem mais estrutura de turismo com barracas e quiosques e de outro é bem deserta, proporcionando uma vista inigualável e sossego durante todo o dia. A vista do mar de lá é linda! Ah, tem vários daqueles lagartões selvagens na ilha, cuidado para não deixar a bolsa aberta – mas aproveite para tirar closes quando eles se aproximarem.
(Passeio de 15 minutos de barco da ilha principal até Acuario)
(Haynes Cay - é possível atravessar de Acuario para cá pelo mar de tão raso)
(Aqui é o lugar que te permite usar aquela legenda brega de "50 Tons de Azul" - eu usei, admito)
("Praça de alimentação" em Johnny Cay - só coma por lá e corra para o lado deserto da ilha!)
(Lembra dos lagartões? Olha um aí! Eles são medrosos, então cuidado com os movimentos bruscos)
(Eis o lado deserto! O número de tonalidades do mar é de tirar o fôlego!)
(Caso você não tenha acreditado, segue mais uma foto! Não a toa ele é chamado Mar de 7 Cores!)
(Pronto! Parei! Consegui te convencer sobre os tons do mar?!)
(vi) Jet ski – se você gosta, lá é o lugar. Não precisa de carteira – aliás, não precisa nem ter pilotado antes na vida. Dá para alugar por hora e até ir para a ilhota de Acuario dirigindo.
(Aproveitei o trecho como carona para tirar mais algumas fotos)
(vii) Aquanauta – É uma experiência para quem tem medo demais para mergulhar. Você usa um capacete como de astronauta que tem oxigênio e permite respirar livremente. O passeio não deixa de ser legal, mas é carinho (100 reais) e ainda por cima cobram outros 50 reais para você levar as fotos (proibido usar a própria câmera). Se você já vai mergulhar, é dispensável – até porque dá para mergulhar com cilindro na mesma área.
(viii) Cayo Bolivar – Polêmico! É uma ilha paradisíaca que fica a 2h de barco (barquinho mesmo, tipo pescador com mini motor). Estava em duvida se valia a pena e li no Trip Advisor o relato de um brasileiro sobre um dos barcos ter virado dias antes por causa do mar revolto, minha falta de nado me fez desistir. Já ouvi relatos bem positivos, de que o lugar é absurdamente lindo e deserto (podem cerca de 30 turistas por dia e não há um ambulante ou cadeira de sol por lá). Custa uns 230 reais e você fica o dia inteiro (o passeio sai em dias esporádicos, se resolver ir planeje com antecedência). Sorry, sem fotos (google it!).
(ix) Providencia – Não fui pela falta de planejamento (há apenas um catamarã e um voo por dia). É uma espécie de “mini San Andres”, então você pode tanto fazer um day tour quando passar alguns dias na ilha. O lugar é mais pacato e há ainda mais pontos de mergulho (alguns até com tubarões!). Google it de novo!
Ahhh! Por fim! A chegada e volta da ilha pode ser um verdadeiro espetáculo se você acertar o lado do avião (não tive essa sorte, mas ainda deu para o gasto a foto - acredite, essa não chega aos pés do que era o outro lado! Enfim, sugiro ficar na direita nos dois vôos - e torcer para o seu avião não fazer uma rota inversa do meu e a dica ir pelo ralo, rs!)
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COMENTÁRIOS:
Rosana Oliveira comentou 8 anos atrás
eu ja tinha interesse de ir, mas agora,,,é obrigação...estou apaixonada pelo local....adorei o relato, parabens...
Eliane Souza comentou 8 anos atrás
Uau! com esse relato tive que por esse paraíso no topo da minha lista rs ;)
Sola no Mundo comentou 8 anos atrás
Uau!! Que texto completo! Amei Renata, que lugar...
Joyce Silva comentou 7 anos atrás
Post maravilhoso! Muitíssimo obrigada pelas dicas