Como é se hospedar num hostel


  Curitiba, Puerto Iguazú, São Paulo, Brasília, Alemanha  3109 visualizações

A maioria das vezes que falo sobre hostel, sempre tem um que torce o nariz. Confesso que também tinha um certo preconceito, até decidir me hospedar em um pra ver como era. Descobri que não é nada demais e pode ser até divertido. Geralmente eles oferecem além das acomodações coletivas, quartos privativos também. É uma maneira bem econômica de viajar. Em minhas viagens encontrei pessoas de várias idades e inclusive família hospedadas. É claro que é mais comum encontrar pessoas jovens e viajando sozinhas.

Os hostels além de econômicos oferecem oportunidade de interação entre as pessoas, coisa que um quarto isolado de hotel não facilita. Geralmente oferecem locais para guardar bagagem, os lockres, que são armários individuais onde o hóspede utiliza seu próprio cadeado. Os quartos coletivos são mistos e alguns femininos também.
Possuem em média de 4 a 12 camas em beliches. Os banheiros costumam ser coletivos, alguns dentro e outros  fora dos quartos. Cozinha coletiva também é outro diferencial. Como não costumam oferecem refeições, permitem que os hóspedes preparem sua própria comida. Em todos os hostels em que fiquei era oferecido o café da manhã e alguns vendiam lanches e bebidas. Lavanderia também é outro diferencial, já que muita gente costuma passar  bastante tempo por lá, então é uma comodidade a mais.  Geralmente possuem área de convivência com tv, sofá e ás vezes até bar, onde as pessoas podem se conhecer e trocar ideias.

Os primeiros hostels surgiram na Alemanha no início do século XX. O professor alemão Richard Schirmann teve a ideia depois de ser  surpreendido com seus alunos no meio da estrada por uma tempestade e ter pedido abrigo em uma escola. O primeiro hostel surgiu 3 anos mais tarde, em 1912 em um castelo do séc XII em Altena e funciona até hoje. As diárias custam entre 20 e 30 euros, dependendo do tipo de quarto escolhido. Mais informações nesse site. Lá também funciona o Museu Mundial dos Albergues da Juventude que mostra as instalações do albergue na época em que foi criado, para saber mais sobre o castelo aqui.

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Altena Castle Hostel – criado em 1912 – Foto: site jugendherberge.de

O primeiro hostel só chegou ao Brasil quase 50 anos depois, em 1961.  Localizado na zona norte do Rio de Janeiro, no bairro de Ramos, se chamava Residência Ramos e funcionou até 1973. Haviam também  outros dois em São Paulo, que foram fechados pelo governo militar por reunir jovens universitários. Existem várias associações de hostel. A Hi Hostel é a maior delas, com mais de 4 mil albergues em 80 países. Essas associações permitem que os alberguistas associados, se hospedem nos hostels credenciados pagando um preço diferenciado nas diárias.

Listo aqui os hostels em que já me hospedei.

Tangoinn Club Iguazu (antigo Hostel Inn Iguazu) – Puerto Iguazu – Argentina

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Piscina do Tangoinn – Foto: Hostelworld

O primeiro hostel em que me hospedei foi em Puerto Iguazu, na Argentina. Fica próximo às cataratas argentinas e do IceBar IceBar, famoso bar gelado onde até as bebidas são servidas em copos de gelo. Peguei uma diária em quarto privativo, já que estava em casal. Queria aproveitar pra conhecer a cidade. Reservei pelo Decolar.com. As diárias em quarto coletivo custam em média R$55,00. Além dos quartos coletivos pra 6 pessoas, oferecem também quartos duplos, triplos e até um bangalô que comporta até 8 pessoas. O que mais me chamou a atenção foi a piscina enorme, apesar de não ter utilizado. O ambiente era bem legal e aconchegante, porém achei os atendentes meio mal humorados. A única coisa ruim do quarto era a cama, eram duas de solteiro juntas e eu acabei dormindo bem na junção dos colchões que eram muito moles. Uma noite apenas foi suficiente pra acordar com uma baita dor na coluna.

Hostel Brasil Boutique – Vila Madalena – São Paulo

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Entrada do HBB Hostel - Foto: acervo pessoal

O HBB Hostel tem um ambiente bem descolado e aconchegante que fica em um prédio antigo na Vila Madalena. Fiquei em quarto coletivo feminino dessa vez. Também oferecem quartos duplos e quádruplos. A diária do quarto coletivo custa a partir de R$50,00. Eu adorei as camas, pois elas eram estilo cápsula, com luz e tomadas individuais. O banheiro coletivo é fora do quarto. Ótimo atendimento, a proprietária é bem simpática.

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Quarto coletivo feminino - Foto: acervo pessoal

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Lounge - Foto: acervo pessoal

Expresso Curitiba Hostel e Coffee Bar – Centro – Curitiba

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Bar e Restaurante – Foto: Expresso Curitiba Hostel

O Expresso Curitiba oferece apenas acomodações coletivas com 8 camas, quartos misto e feminino. Diária a partir de R$45,00. As camas também são estilo capsula, só que o locker fica ao lado dela e o banheiro no próprio quarto. No térreo funciona um bar e restaurante que oferece refeições à la carte. O café da manhã era servido na mesa e as opções eram as do próprio cardápio. Fica bem no centro da cidade, bem próximo à UFPR.

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Cama cápsula – Foto: Expresso Curitiba Hostel

Ukelele Hostel – Montevideu – Uruguai

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Área de convivência – Foto: Tripadvisor

O hostel fica em um casarão dos anos 20 próximo a Ciudad Vieja, que é onde se concentram os principais atrativos históricos da cidade, e das ramblas, as famosas avenidas que beiram o rio de La Plata. Oferecem quartos coletivos misto e feminino, com 4 e 6 camas. As diárias custam a partir de R$53,00 no quarto coletivo. Também oferecem quarto duplo com banheiro compartilhado. Tem piscina, cozinha coletiva e banheiros no primeiro e segundo andar que podem ser utilizados por uma pessoa por vez. Apesar de não ter utilizado o serviço, eles alugam bike. Tem uma área com computador de onde se pode acessar a internet e é claro wifi. Não tinha ar-condicionado no quarto em que fiquei, apenas ventilador de pé, o que me fez sofrer um pouco pois fui no verão e o quarto demorou a refrescar. Por conta disso também  tinha que dormir com a janela aberta e no primeiro dia tinha uma banda tocando em algum lugar na rua e juntando o calor com o barulho, demorei pra conseguir dormir.

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Quarto coletivo – Foto: Hostelworld

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Área da Piscina – Foto: From Buenos Aires, with love

Hostel 7 – Asa Norte – Brasília

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Recepção - Foto: acervo pessoal

O hostel fica próximo ao eixo monumental. Oferece quartos coletivos para 8, 10 e 12 pessoas, quarto feminino para 8 pessoas e quartos privativos para até 4 pessoas. As diárias custam a partir de R$54,00. O mais legal é que os quartos são divididos por personalidades que foram importantes na história da cidade como Oscar Niemeyer e Juscelino Kubtschek. No quarto feminino por exemplo é o Burle Marx. As camas possuem luz e tomada individual, mas não eram em cápsula.
Não havia uma luz central no quarto, acredito que para não incomodarem os outros
hóspedes durante a noite. Também ofereciam o serviço de aluguel de bike.

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Quarto coletivo – Foto: Trabber

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Cozinha – Foto: blog Juntando Mochila

Bom, essas foram as minhas experiências. Na maioria muito boas e com certeza me hospedarei em hostel novamente no futuro. Só tive uma experiência ruim, com relação a estrutura e atendimento, não foi aqui no Brasil. Mas conto essa história numa outra vez.

Obs.:

*todos os hostels ofereciam wifi grátis.
* alguns oferecem toalhas, mas é raro, normalmente tem que levar.
* o café da manhã costuma ser bem simples.
* cada um lava sua própria louça.
* banheiro coletivos podem ser estilo vestiários, com os boxes separados ou de uso de     uma pessoa por vez. Também podem ser masculino e feminino ou de uso comum. Isso varia de hostel pra hostel.

Se gostou das dicas visite também https://boradescobrir.wordpress.com/

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COMENTÁRIOS:

Caio Martins

Caio Martins comentou 6 anos atrás

Juh adorei suas dicas. Eu gosto muito de ficar em Hostel e acho que é uma grande oportunidade de conhecer muita gente bacana! Mas vejo que ainda os brasileiros possuem preconceito - q está diminuindo (porém existe).

PH Loureiro

PH Loureiro comentou 6 anos atrás

Deu até vontade de viajar para ficar em cada hostel e lembrar dos momentos mais incríveis do meu último mochilão. Obrigado por nos iluminar com esse texto, Juh Oliveira.

Ricardo Carvalho

Ricardo Carvalho comentou 6 anos atrás

Acho que parte do preconceito vem quando traduzem hostel para albergue e entao as pessoas se lembram de albergues onde moradores de rua podem passar a noite e entao ficam com essa imagem. Ja ouvi varias pessoas me perguntando se os albergues que fiquei na europa e nz eram limpos e se o povo nao era sujo :( mal eles sabem wue tem hostel melhor que hotel 4 estrelas ;)

Juh Oliveira

Juh Oliveira comentou 6 anos atrás

Obrigada, Caio! Eu vejo ainda muito preconceito das pessoas que conheço e o mais curioso é que vejo isso também no curso de turismo na faculdade, mas é pura falta de conhecimento mesmo.

Juh Oliveira

Juh Oliveira comentou 6 anos atrás

Por nada PH :) O que fica de melhor das nossas viagens são as boas lembranças!

Juh Oliveira

Juh Oliveira comentou 6 anos atrás

Verdade Ricardo! Me surpreendo com a qualidade de alguns hostels.

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