O ator da Globo, Domingos Montagner, morreu na última quinta-feira (15) afogado ao nadar no rio São Francisco, em Canindé do São Francisco (SE). O protagonista da novela “Velho Chico”, após as gravações, foi descansar e nadar ao lado de Camila Pitanga, com quem contracenava na trama. No entanto, uma correnteza acabou levando-o, e o artista não conseguiu mais retornar à superfície. A atriz saiu, em choque, em busca de ajuda, mas já era tarde demais. Algumas horas depois os bombeiros encontraram o corpo de Domingos Montagner.

E o que essa situação pode ensinar aos viajantes? Várias coisas. Em primeiro lugar, é bom apontar que também houve falha das autoridades locais. O trecho de orla onde morreu Montagner foi reaberto há 45 dias, e onde deveriam haver placas sinalizando o perigo da correnteza, boias determinando a área propícia para banho e salva-vidas de prontidão, simplesmente não havia nada, como informou reportagem da Folha de S. Paulo.

O exato local onde Domingos Montagner e Camila Pitanga nadavam, no entanto, não é nem um pouco indicado ao banho. Mas se não havia placas, como saber do perigo? É aí que mora a chave da resposta aos viajantes. Se formos depender das autoridades (e não se trata só no Brasil) ficaremos à mercê de situações como essa. É preciso partir do viajante um grau extra de segurança em qualquer viagem, e isso fica ainda mais latente em situações de mergulho em rios ou banhos de mar. 

Não é preciso ter ou não ter uma placa de aviso “Cuidado: tubarões”, por exemplo, para criar um grau de consciência de que uma praia deserta pode ser perigosa. “Ah, mas tem gente mergulhando, então de boa”. Errado. As pessoas podem não saber do perigo no local. É aquela velha máxima que ouvíamos dos nossos pais quando éramos pequenos. “Então se seu amiguinho colocar a cabeça na privada você vai colocar também?”. Não replique o comportamento dos outros, crie o seu próprio, e carregue-o consigo em todas as suas trips. Na dúvida, não entre.

E ainda que moradores locais estejam nadando em determinado lugar, lembre-se que eles são nativos, ou seja, nasceram e cresceram ali, estão acostumados a essa vida, sabem como funciona a situação de perigo. Você, viajante, muitas vezes não tem o preparo necessário para esses casos, mesmo que você já tenha feito aulas de natação ou passado todas as férias de verão na chácara da tia no interior, com piscinas, lagos e açudes.

Um artíficio que pode ser usado é o da pergunta. Não tenha medo em questionar o vendedor da barraca, a dona de casa vizinha ao local ou o adolescente que já está na água. “Esse lugar é seguro? Posso mergulhar sem medo?” As pessoas terão o maior cuidado em descrever a real segurança daquele lugar.

E esse selo de garantia não se restringe apenas a áreas de banho, mas para qualquer coisa diferente que um viajante pode fazer. Vai alugar um jet ski? Dirija sóbrio, pois acidentes de jet ski podem matar - você, ou um terceiro. Vai pular de asa-delta? Procure uma agência certificada, busque o histórico, procure informações de alguém que já foi. E por aí vai.

Lembre-se, viajante, nossas mães e avós não estarão conosco em nossas viagens, mas os conselhos que elas davam, por menores que fossem, valem ouro, e pode salvar uma vida: a sua.

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