Vocês já pararam pra pensar que podemos olhar para uma pessoa qualquer dentro de um grupo, ou simplesmente na rua e pensar que pelas características físicas, pelo perfil da pessoa ou pelas ações que ela expressa diante de você, ela possa gostar de futebol, curtir assistir um filme e ser mais caseira, escutar rock, tocar samba, jogar vôlei ou ler livros, mas você nunca vai conseguir olhar para uma pessoa, pensar, dizer ou imaginar “Esse cara realmente deixa de comer para viajar.. “ “Tenho certeza que essa menina vive lendo sobre todos os lugares do mundo.. ” “Aquele cara já planejou a viagem do final de ano dele.. ” e tudo isso porque? Porque não existe um perfil para as pessoas que são apaixonadas por viagem, não existe um padrão para aqueles que vivem para viajar e viajam pra viver!

Talvez uma das questões que mais me intrigue dentro deste tema e sobre tudo que pesquiso sobre todos os lugares que já fui e pretendo ir. Foi muito notório pra mim durante os encontros que realizamos no Dubbi, onde parei, olhei em volta para todas as pessoas que estavam presentes e realmente percebi que cada um ali era diferente do outro: um magro, um gordo, um negro, um branco, uma morena, uma loira, uma ruiva, uma idosa, um jovem, um alto, um baixo e ao mesmo tempo todos se completavam nas perguntas e respostas durante as conversas e os eventos com um único objetivo em comum que ligava todas estas pessoas: viajar.

Acredito que além da força que existe nessa palavra pra nós, que somos loucos por viagens, VIAJAR é um conjunto de diversos verbos embutidos em uma mesma palavra, como conhecer, compartilhar, descobrir, pesquisar, explorar, amar, refletir, doar, pensar, aventurar, experimentar, tentar, enfim... Quantas vezes você já não se sentiu egoísta por talvez não dividir ou não dar algo seu para alguma pessoa que talvez seja até próxima da gente, por ciúme, por amor a algum bem material, ou por não estar simplesmente sobrando, mas ao mesmo tempo quando pensamos que aquela pessoa que conhecemos em outro país durante 2, 3 dias, está chegando para passar um pequeno período em nossa cidade natal, nós oferecemos casa, comida, carona e tudo mais sem ao menos conhece-la bem, mas por saber que ela é como nós, apenas precisa economizar em hospedagem, comida, transporte, para conhecer e aproveitar melhor a cidade/país em que ela se encontrará durante 1 semana / 1 mês talvez e que não haverá risco nenhum de sumir nada da sua casa, ou de má fé por parte desta pessoa... muito louco isso não?

Somos um grupo que em sua maioria nunca se viu, nunca conversou, que muitas vezes não tem gostos em comum, afinal, um gosta de frio, outro de praia, um de esquiar, outro de dançar tango, que moram em cidades totalmente distintas em todos os sentidos, econômicos, culturais, mesmo fazendo parte do mesmo país. Um é médico, uma é funcionária pública, um empresário, outro nômade digital, mas que sem pensar duas vezes dividiriam a mesma casa para economizar na estadia, se ajudariam para chegar mais rápido àquele ponto turístico que querem conhecer, que comprariam um almoço para a outra pessoa se o outro tivesse gasto todo seu dinheiro pegando um trem errado para chegar até outra cidade, que beberiam juntos em qualquer ponto ao redor do mundo, conversariam sobre todas as experiências inesquecíveis que já viveram e até fariam planos futuros com a intenção de agregar sempre mais pessoas que amam viajar...

Este texto foi feito apenas de pensamentos de um simples coordenador de importação que teve a oportunidade de viajar para alguns lugares, mas que não é profissional na área de turismo e dá dicas de milhares de lugares que ele nunca se quer pisou, mas busca sempre pesquisar e conhecer mais e mais do mundo que ele quer conhecer por inteiro, buscando ajudar no que puder outras pessoas que compartilham desta mesma vontade e mais do que tudo, busca a reflexão sobre como o simples “viajar” muda o mundo e nos faz pessoas melhores, mesmo que no simples sentido de pensar no próximo e dar dicas para facilitar a próxima viagem desta pessoa, como fazemos aqui, todos os dias...

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