Sair da zona de conforto é bom demais! - Coisas que eu aprendi viajando
VOU COMEÇAR ESTE TEXTO COM UMA PERGUNTA MUITO SIMPLES: QUANDO FOI A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ FEZ ALGO PELA PRIMEIRA VEZ?
A primeira coisa que eu descobri quando botei os pés na Índia é que a minha vida era MUITO fácil e estável. Eu vivia completamente dentro da minha zona de conforto. Na minha casa, eu tinha TV a cabo, uma cama confortável, comida de sobra e não precisava fazer nada relacionado à tarefas domésticas. Na minha Curitiba linda, eu tinha um transporte público sensacional, calçadas para pedestres, ruas limpas, ar puro, clima ameno, infraestrutura ótima E TINHA CARNE PRA VENDER EM QUALQUER LUGAR!
Eu obviamente valorizava tudo isso e sabia o quanto a minha vida era confortável. Se você tem tudo isso e reclama, tá na hora de crescer um pouquinho e parar de ser mimado, né?! Eu não reclamava, mas definitivamente precisava aprender a ser um pouquinho independente. Estava na hora de parar de ser moleque. Larguei tudo, peguei um avião e vim para a Índia. Tudo que era confortável ficou lá, ainda bem.
No início é realmente sofrido. Abrir mão de tudo que facilitava a minha vida não foi nem um pouco fácil, mas só assim é possível desenvolver habilidades de adaptação. A carne foi trocada pelo frango, as ruas limpas pelos ratos, o ar puro por fumaça e a frescura pela coragem. Você pode estar se perguntando o que há de bom nessa história, então vou explicar o que acontece quando você decide sair da zona de conforto.
Eu sempre quis aprender a cozinhar, mas a preguiça e a comida da minha mãe me barravam. Com a dona Ana Silvia no Brasil, eu tenho duas escolhas: ficar pobre comendo em restaurantes ou deixar de ser vagabundo e cozinhar. E olha que sou um chef mais popular que o Jamie Oliver no meu escritório. “Eu gosto do seu macarrão, Diogo. Nunca comi um tão bom!”. Até desenvolvi habilidades de malabarismo com panquecas. Além de cozinhar, aprendi a controlar gastos, planejar viagens e a me adaptar mais facilmente.
Definitivamente, a capacidade de se adaptar é o maior aprendizado. Durante uma viagem, não há tempo para ficar se martelando ao redor de um problema. É preciso encontrar soluções rápidas e eficientes para aproveitar a experiência ao máximo. Por este motivo que viajantes desenvolvem as habilidades de improvisação, planejamento e gestão de crise. Eles sabem se adaptar às situações mais inusitadas e assim não desperdiçam tempo e energia. Acredito que é por este motivo que o mercado de trabalho valoriza tanto uma experiência no exterior. Ao invés de reclamar do problema, os nômades vão lá e resolvem tudo rapidinho.
Eu achava que o Brasil era um país burocrático e lento. A minha visão hoje é que nosso país não é perfeito, porém é muito desenvolvido em diversos aspectos. Este olhar mais positivo foi gerado após alguns problemas aqui na Índia, obviamente. Coisas simples como ter Wi-Fi no flat, descer do trem e abrir uma conta bancária se tornam lentas e complicadas aqui na Índia. No Brasil, se o banco demora a entregar um cartão de débito, o cliente já pode contratar um advogado para abrir um processo e ganhar uns trocados com isso. Aqui você não tem escolha, espera ou encontra uma solução. Quando você resolve um problema, outro surge e depois outros. Com isso temos uma conclusão: ou você se torna mais resiliente ou você enlouquece. Quem se irrita menos tende a ser uma pessoa mais feliz
VOCÊ NÃO ESTÁ VIVO SE NÃO ESTIVER VIVENDO, MEU CARO!
- - - -
Se você curtiu esse texto, ficaria extremamente feliz se pudesse dar um nele aí embaixo ou compartilhar com seus amigos!
COMENTÁRIOS:
Pablo Mota comentou 8 anos atrás
Parabéns!! Adorei o texto! Arrebentou amigo!!
Lari Daroz comentou 8 anos atrás
Texto ótimo!
Leandro Lacerda comentou 8 anos atrás
Inspirador!!!
Andressa Leite comentou 8 anos atrás
Uau!! Muito inspirador! Obrigada! =D
Ana Silvia Chagas Peres Pinho comentou 8 anos atrás
Sensacional a sua reflexão Diogo! !!!! Irado (como vc diz)!!!!!