No cansaço do trabalho decidi comprar um pacote de viagens para voltar a Jericoacoara, dessa vez com minha prima Madian, que até então não conhecia o mar. Depois de muitas paradas, em meio a cidadezinhas pitorescas, em que nos perdemos com facilidade, chegamos com sucesso na bela Jijoca de Jericoacoara.



Madian, maravilhada com a ideia de estar a poucos quilômetros do mar, sorria, enquanto eu contava piadas e zombava dela. Em seguida a chamei para tirar umas fotos nas jardineiras e ela me disse para deixar de ser brega, que aquilo era marmota do interior! Eu disse: “espera aí filhota!!! E tu não sabe que nós vamos pra vila em cima dessa marmota?”

Me olhando com a cara ruim, ela me disse para eu parar de fazer piadas. Bom, me calei e deixei o guia fazer a chamada. “Vamos lá galera, último aviso pra vila de Jeri”. Subimos na jardineira e conhecemos Silvania e Isa, que também viajavam juntas. Uma alegria só, subindo e descendo entre as dunas, acenávamos para outros carros, jogando beijos e tudo mais, até que, depois de tanta bagunça, chegamos.



Hospedadas na mesma pousada, decidimos tomar um banho rápido e sair para ver o pôr do sol, afinal, fomos buscar diversão. Ai! Ui! Areia no meu olho... Era hora de comprar caipirinha de ciriguela para animar o inicio da noite. Muitas lojinhas, bares, restaurantes, tudo de primeira.

Na hora de comer, o garçom nos olhava e sorria. Intrigadas com aquilo, decidimos perguntar o motivo do riso e ele respondeu: “Vocês chegaram aqui em Jeri hoje à tarde?” Sim, respondemos. Então ele disse: “Vocês estavam bem animadas em cima daquela jardineira”.Não contemos o riso. Jeri é muito pequeno. Saindo do restaurante, um senhor muito simpático abordava pessoas nas ruas convidando para uma roda de samba, em uma casa.

- Opa, boa pedida! Todo mundo na vila comentava sobre o evento.

Voltamos para o hotel para mudança de trajes. Já que eu havia lido sobre o ritmo da vila, sabia que tudo começava depois de 00:00 e decidimos curtir em um barzinho antes. Tomamos umas e saímos calibradas para o samba. Festa boa, gente de todo lugar do mundo se encontrava ali. Parecia a reunião da arca de Noé, em uma espécie de condomínio.



Beliscões, passadas de mãos, aproveitamos bas-tan-te a noite. Foi então que percebi uma troca de olhares do gringo com minha amiga. Não resisti e fui falar com ele. - Oiiii!

Ele falou uma coisa lá que eu não entendi. Vishi Maria, o cara é alemão, tô lascada. Perguntei se falava espanhol , ele disse que não, apontou para o amigo. Opa, falei com o amigo dele pra apresentar pra minha amiga. Eitaaaa...foi bom demais. Ela ficou super feliz. O cara era lindo.

E foi assim que terminamos umas das noites em Jeri, ela pedindo para eu perguntar para o amigo, eu traduzindo em espanhol, ele em alemão e assim por diante! Parecia aquela brincadeira do telefone sem fio.

Dançamos bastante e, o melhor, criou-se um novo ciclo de amigos.

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