Faz muito tempo e pouco tempo que me apaixonei. A esquizofrenia da primeira frase é justificada, já que me apaixonei mais de uma vez e mantenho dois relacionamentos estáveis. Antes que você pense besteira, não sou moralista, mas não cometo bigamia. Atualmente amo uma cidade e uma mulher. Amo São Paulo, a cidade onde eu moro, e amo uma paulistana que é minha namorada. Esses sãos os dois relacionamentos que mantenho, me apaixonando novamente dia após dia, semana após semana.

Minha relação com São Paulo começou há muito tempo. Pouco mais de 26 anos, para ser mais exato. Entretanto, demorei para me apaixonar pela cidade. Na verdade, tive que rodar o mundo e depois o Brasil para começar a dar valor para ela.

Foi depois que participei do Tour da Tocha Rio 2016 que fiquei orgulhoso por ter nascido na terra da garoa. A Tocha Olímpica passou pela cidade inteira. Começou pelo Museu do Ipiranga, depois seguiu para o centro da cidade (até entrou no mercadão), pela Avenida Paulista, pelo Parque do Ibirapuera, pela Vila Madalena e por uma caralhada de outros lugares antes de terminar no sambódromo do Anhembi. Foi naquele dia que eu decidi que depois que meu trabalho para os Jogos Olímpicos Rio 2016 acabasse eu voltaria para São Paulo. E dois meses depois eu realmente estava de volta.

Já minha namorada, bom, ela chegou na minha vida do jeito que tinha que chegar: de surpresa, sem avisar. Eu estava preparado para cair na estrada para o lançamento do meu livro, GiraMundo, quando saímos pela primeira vez. Um encontro descompromissado, para falar de negócios. Fomos tomar uma cerveja em um boteco na Augusta, depois entramos em um restaurante Espanhol de tapas chamado Sancho. Acabamos nos embebedando do vinho da casa e saímos para passear curtindo a companhia um do outro, acompanhados pela energia das ruas da cidade em uma noite de sábado. Acho que foi o melhor primeiro encontro da minha vida e terminou do jeito que o melhor primeiro encontro da minha vida tinha que terminar (deixo sua imaginação trabalhar nessa parte).

Posteriormente, meio que nunca imaginando que nossa relação daria em nada, saímos de novo. E de novo. E de novo. Fomos juntos a uma festa gratuita na Praça das Artes. Depois eu a convidei para comer em um restaurante grego (que mais parece um botecão) na Ministro Rocha Azevedo. Depois ela me ensinou a andar de skate no Ibira. Depois eu a levei para passear pela Liberdade. E assim fomos indo até finalmente estarmos como estamos: namorando. Mas não era segredo para nenhum de nós que nossa relação não era a dois. Tínhamos um terceiro elemento envolvido e não sentíamos vergonha nisso. Estávamos meio que em um ménage com São Paulo! E da mesma maneira que nos apaixonávamos cada vez mais um pelo outro, também nos apaixonávamos pela cidade. Foi com esse pensamento na cabeça e esse sentimento no coração que resolvemos criar o casaldagaroa, um perfil de Instagram dedicado a ajudar as pessoas que quiserem ter uma relação como a nossa com São Paulo.

Antes que você me mande tomar no cú e ache que estou sendo um metido a influenciador digital, deixa eu te falar uma coisa que combinei com a minha namorada. Nós não somos um casal digital que posta falso positivismo ou se acha exemplo para alguém. Muito menos um tipo de casal fitness ou que dê dicas sobre relacionamentos. Acho esse tipo de coisa escrotassa. Nosso combinado é primeiro curtir o momento que estamos vivendo e, se der tempo, a gente tira foto e faz vídeo para postar alguma coisa mais tarde.

Tendo isso dito, agora quero te fazer uma pergunta. Quando foi a última vez que você foi no Masp? Ou melhor. Quando foi a última vez que virou turista na própria cidade? Ou quando foi a última vez que você fez algo diferente? Bom, a gente está fazendo isso quase todo final de semana.

Sábado vimos o pôr-do-sol na Praça Pôr-do-Sol, no Alto de Pinheiros (nunca tinha ido lá). Domingo fomos ao Masp (eu não tinha noção que tem obras de Picasso, Monet, Van Gogh, Portinari e de muitos outros grandes artistas no acervo). No final de semana passado fizemos o Sweet Tour oferecido pelo Dubbi Experience e curtimos as experiências da casa Air Max da Nike. E no final de semana seguinte já sabemos o que fazer. Na verdade, temos programação suficiente para até o final do ano se quisermos, tipo:

- Subir no Edifício Martinelli
- Fazer o tour Paraisópolis das Artes do Dubbi Experience
- Tomar café da manhã no Mosteiro São Bento
- Ir vender livros e roupas na Av Paulista no domingo
- Comer castanha de caju e tomar cachaça Claudionor no Mandíbula, na Galeria Metrópole;
- Maximus Festival
- Assistir o musical Les Miserables
- Almoço de domingo no recém inaugurado restaurante da Basilicata, no Bixiga
- Achar Space Invaders pela cidade
- Ler quadrinhos na Comics
- Compras no Mercado de Pinheiros
- Visitar o Jardim Botânico
- Ir na Pinacoteca
- Negociar um Super Nintendo ou um PS2 na Santa Ifigênia
- Virada Cultural
- Virada Esportiva
- ah, cara, segue o Insta (@casaldagaroa) lá que fica mais fácil de acompanhar

Enfim, a gente se ama e ama São Paulo. E você não é obrigado a nada. Mas, se estiver entediado e precisar de umas dicas para fugir da mesmice, segue a gente! Vai que você cai de amores pela cidade também...

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