Como participei de um culto rastafari no topo de uma montanha na Jamaica
A primeira impressão de Kingston não foi das melhores: trânsito confuso, buzina dos carros, falta de sinalização para pedestres e calçadas estreitas nos fizeram sentir falta do trânsito de São Paulo.
Mas esse não seria o principal problema. A cidade passava por um racionamento de água rigoroso, em pleno verão caribenho. Ela ia e voltava sem mais nem menos durante o dia, e para tomar banho dependíamos da sorte.
No “reggae hostel”, uma geladeira abastecida de “Red Stripes”, a cerveja mais popular da Jamaica, nos fez relaxar e esquecer de todos esses contratempos. Tínhamos que aproveitar nossos três dias de estadia.
No primeiro, fomos até “Devon House”, uma mansão conhecida por ter pertencido ao primeiro milionário jamaicano e que hoje se transformou numa pequena zona comercial com lojinhas e lanchonetes na área externa. O melhor de lá é o “Devon House Ice Cream”, um sorvete animal, gigante e a preço justo.
Na recepção do hotel, descobrimos um passeio que vai até o topo das “Blue Mountains”. Não havíamos planejado nada e topamos, junto com mais um pessoal hospedado no hostel.
“Blue Mountains” é um parque florestal numa cadeia de montanhas protegidas. Fomos até determinado ponto de van, e depois fizemos uma trilha e subimos até o topo da montanha a pé. A vegetação e as paisagens eram sensacionais e a vista do topo da montanha, fantástica! Do alto era possível ter uma vista panorâmica das montanhas, da vegetação, de Kingston e do oceano.
No topo da montanha, ainda visitamos o “Rastacamp”, local onde vive a comunidade Rastafari. Chegamos no meio do culto religioso deles, uma espécie de “Sabbath”, onde rolou uma batucada bem animada em que todos dançavam e tocavam instrumentos. Fomos bem recebidos e participamos do ato, que durou um tempo considerável. Tinha uma energia bem legal, e os caras pareciam felizes com a nossa presença.
No fim ainda fomos até uma lojinha onde vendiam alguns souvenires, objetos e acessórios feitos pelos habitantes da comunidade. Refizemos o caminho de volta, curtindo a paisagem ao fim da tarde.
No dia seguinte, fomos para “Hellshire Beach”, uma praia não turística, frequentada pela população local. E isso foi o mais legal. As barracas de madeira eram um pouco precárias e bem próximas do mar, e a cerveja mais quente que já tomei na minha vida. Da vista do oceano não havia o que reclamar: aquele mar de coloração azul turquesa do Caribe era sensacional.
Para comer, fomos ao bar/restaurante do Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo. Como é de se esperar, o cara é venerado por lá! Pensamos que talvez pudesse ser um lugar bem “turistão” e caro, mas não era nada disso. Uma mistura de restaurante com um bar de esportes, com telão e várias TVs passando esportes variados, além de música e vários tipos de comida. Com um preço justo pelo que oferece, vale ao menos uma passada por lá.
Para curtir a última noite, fomos na balada “Dub Club” Foi diferente de qualquer festa que já fomos: a balada ficava no meio de uma montanha, ao ar livre. De um deck de madeira tínhamos uma bela vista da cidade de Kingston iluminada na noite. Pelo que me lembro, os preços de entrada e bebidas eram bem tranquilos, ainda mais se comparados a algumas baladas do Brasil.
E o que esperar de uma balada na Jamaica? Festa “legalize” a quem interessar possa (com variedade de produtos a preços convidativos) e MUITO reggae – sem nem perceber, já íamos balançando no ritmo dos caras.
A impressão ruim do início foi completamente desfeita, pela receptividade do povo jamaicano, pelos passeios nas montanhas e pelas paisagens naturais de Kingston.
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COMENTÁRIOS:
Bernardo Cunha comentou 9 anos atrás
Mandou bem!!!
Klaus Kriegler comentou 8 anos atrás
Good vibe! Se chegar de peito aberto em qualquer lugar do mundo nunca irá se decepcionar! Aventura massa cara!